Cassia Alves | 29 de agosto de 2016

cine sexo: Sexo é vida no explícito e filosófico “Romance”

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2016/08/Romance-2.jpg”] Procurando pelo que escrever para a coluna me deparei com um pequeno e interessante filme francês chamado “Romance”. É de 1999 e dialoga diretamente com o que propõe o recente, também francês e já resenhado neste espaço, “Love”. Dirigido por Catherine Breillat, cuja filmografia se dedica inteiramente ao feminino e à investigação da […]

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Procurando pelo que escrever para a coluna me deparei com um pequeno e interessante filme francês chamado “Romance”. É de 1999 e dialoga diretamente com o que propõe o recente, também francês e já resenhado neste espaço, “Love”. Dirigido por Catherine Breillat, cuja filmografia se dedica inteiramente ao feminino e à investigação da sexualidade feminina, a produção acompanha Marie (Caroline Ducey), uma professora que se ressente da falta de intimidade sexual com seu namorado Paul (Sagamore Stévenin). Embora entenda que ame Paul, Marie se vê em uma jornada erótica apresentada com cenas de sexo explícito em um dos filmes mais eróticos dos anos 90.

Com a participação do ator pornô Rocco Siffredi, a produção é inebriada de um espírito libertário, feminista e reflexivo sobre nossa relação com o sexo e como ele é imperativo na leitura que fazemos de nossas relações amorosas. A razão do filme se chamar “Romance” talvez seja justamente essa. A de que buscamos o amor de romance em romance com o sexo como elemento guia.

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Combinando cenas de extensa verborragia, com cenas de sexo oral, penetração e sadomasoquismo, “Romance” é um filme que, passados 17 anos, ainda encontra seu público nos fãs de um cinema mais erudito, mas também mais livre, narrativamente desimpedido e estruturalmente vigoroso.

Não é um filme de sexo para dar tesão. É um filme para reintegrar o ato sexual ao filme de amor. A desilusão amorosa, a busca da própria identidade, a descoberta do próprio corpo e o reconhecimento dos próprios desejos passam pelo sexo e “Romance” é um filme muito sensorial, muito tátil neste sentido. Uma boa pedida para quem gosta de fazer sexo e cinema. Seguramente não nesta ordem, mas quem se importa?