Henrique Balbi | 22 de junho de 2016

cine reflexão: Psicose versus Motel Bates

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2016/06/psycho_bates.jpg”] Que todo o amante do cinema já assistiu e conhece Psicose, de Alfred Hitchcock, nós sabemos. O que não temos certeza, no entanto, é se todo o amante de Hitchcock conhece Motel Bates. Nesta coluna, unimos a sétima arte das telonas (o cinema) à sétima arte das telinhas (as séries de TV) para […]

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Que todo o amante do cinema já assistiu e conhece Psicose, de Alfred Hitchcock, nós sabemos. O que não temos certeza, no entanto, é se todo o amante de Hitchcock conhece Motel Bates.

Nesta coluna, unimos a sétima arte das telonas (o cinema) à sétima arte das telinhas (as séries de TV) para refletir sobre a adaptação que Carlton Cuse, Kerry Ehrin e Anthony Cipriano fizeram da criação de um dos mais consagrados diretores do cinema, Alfred Hitchcock.

Para relembrar: Psicose conta a história de Marion Crane (Janet Leigh), uma secretária que rouba 40 mil dólares da imobiliária em que trabalha para começar uma nova vida. Durante a sua fuga, no entanto, ela enfrenta uma forte tempestade, o que faz com que ela se perca na estrada e acabe por encontrar um velho (e deserto) hotel.

Atendida na recepção por um sujeito atencioso, mas estranho, chamado Norman Bates (Anthony Perkins), Marion não sabe dos perigos que a esperam, pois o homem possui um relacionamento assustadoramente simbiótico com sua mãe – uma mulher que nunca aparece nas dependências do hotel, mas que aparenta sempre estar na casa no alto da colina.

Em Motel Bates, os criadores da série trazem Norman de volta à vida, mas nos tempos modernos e com uma idade bem menos avançada. Vivido por Freddie Highmore (sim, aquele que era o garotinho fofinho da nova versão de “A Fantástica Fábrica de Chocolates”), Norman é um adolescente descompensado, que apresenta comportamentos violentos quando tem surtos de psicose e esquecimento.

Somado a Norman, conhecemos também Norma Bates (Vera Farmiga), a mãe do garoto, que alimenta (assim como no filme) uma relação de dependência para com o filho, tornando-o num jovem ainda mais estranho do que ele já poderia ser. Juntos, Norman e Norma tomam conta do Motel Bates, um hotel de beira de estrada em uma cidade tomada pelo narcotráfico e por relações de poder entre políticos, polícia e criminosos.

Dado este cenário e assistindo aos dois conteúdos é fácil dizer: Psicose é muito mais um MASTER PIECE do que Bates Motel – um fato. Entretanto, o interessante aqui é refletirmos nos motivos de sucesso da série e buscarmos entender o que motivou os criadores de Bates Motel a seguirem por este caminho.

1.Psicose é incrível, mas por ser um filme de curta duração (e não uma série com diversos episódios e temporadas) faltava tempo para ir a fundo na relação de medo e paixão existente entre mãe e filho. Essa é uma oportunidade e tanta aproveitada pela séria, que conta com dois incríveis atores para nos apresentar o decorrer da história desta estranha família;

2. Bates Motel trouxe um contexto novo ao filme, somando a psicopatia do personagem principal à decadência da sociedade e aos problemas contemporâneos;

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3. A série foca em Norman e Norma, mas introduz novos personagens à história, que vão se desenvolvendo e acabam por se tornarem tão importantes quanto os próprios protagonistas. É como se o filme focasse apenas num trechinho da história de Norman, e a série focasse numa vida toda – com familiares, amigos e desilusões de adolescência.

4. Por fim e não menos importante, Motel Bates traz à nova geração o conhecimento sobre um dos grandes mestres do cinema e fundador oficial do suspense na sétima arte, Alfred Hitchcock. Poucas séries no mundo têm esse mérito!