Direto da Redação | Todos os Homens do Presidente
[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2016/05/Todos-os-homens-do-presidente.jpg”] Vira e mexe o cinema resolve falar sobre jornalismo. Afinal, essas duas profissões (o cinema e o jornalismo) estão muito entrelaçadas, uma vez que seus profissionais transitam pelas duas áreas com muita facilidade. Este ano tivemos um caso recente, vencedor de Oscar, que conta uma ótima história sobre os jornalistas e os casos […]
[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2016/05/Todos-os-homens-do-presidente.jpg”]
Vira e mexe o cinema resolve falar sobre jornalismo. Afinal, essas duas profissões (o cinema e o jornalismo) estão muito entrelaçadas, uma vez que seus profissionais transitam pelas duas áreas com muita facilidade. Este ano tivemos um caso recente, vencedor de Oscar, que conta uma ótima história sobre os jornalistas e os casos policiais que eles desvelam.
O filme que vamos falar aqui hoje é um pouco mais antigo, mas lida com questões políticas igualmente fortes. Todos os Homens do Presidente, dirigido por Alan Pakula em 1976 – e baseado no livro dos jornalistas Carl Bernstein e Bob Woodward – conta sobre o infame caso Watergate, que devastou a política norte-americana naquela década.
O escândalo se deu quando a sede do Comitê Nacional Democrata (DNC, na sigla em inglês), dentro do complexo Watergate, sofreu um atentado no dia 18 de junho de 1972, em meio às campanhas eleitorais para a presidência daquele ano. Paralelamente, cinco pessoas foram detidas tentando fotografar documentos e instalar aparelhos de escuta no escritório do partido democrata (rival ao partido republicano do então presidente, Richard Nixon, eleito em 68).
O caso chamou a atenção de dois repórteres do Washington Post (sim, Carl e Bob), que começaram a traçar os paralelos entre a Casa Branca de Nixon e o incidente em Watergate. As investigações conduzidas pelos jornalistas – no filme, interpretados por um novinho Dustin Hoffman e Robert Redford – lançou luz à fitas gravadas e editadas contendo as operações do partido democrata. Isso só queria dizer uma coisa: que Nixon não só sabia das gravações (certamente ilegais) como era conivente com elas.
No entanto, a ação dos jornalistas foi conduzida de maneira tão espetacular que, em 1974, Nixon foi obrigado a apresentar em corte as fitas originais, sem edição, comprovando que ele estava diretamente envolvido com o atentado no DNC. Isso levou a uma crise institucional e a um processo de impeachment, que teve conclusão em 9 de agosto, quando Nixon renunciou ao poder.
O termo “Watergate” foi utilizado, a partir de então, para significar quaisquer atividades corruptas ao redor do mundo. O ex-presidente, que agiu como um verdadeiro ditador, foi completamente desmascarado graças a um trabalho jornalístico impecável, que publicava diariamente notícias e updates sobre o caso, com investigações e análises profundas e imparciais – como todo bom jornalismo deve ser.
E o filme de Pakula mostra justamente esse embate entre o Quarto Poder e o governo, o trabalho de investigação dos jornalistas, seus perrengues e pequenas vitórias, até conseguirem, por fim, desmascarar Nixon por completo. O longa não só tem atuações memoráveis de ambos os atores como ganhou um Oscar de Melhor Roteiro Adaptado.