Gabi Mendonca | 3 de abril de 2016

Direto da Redação | O Diabo Veste Prada

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2016/04/O-diabo-Veste-prada.jpg”] Que atire a primeira pedra quem assistiu “O Diabo Veste Prada” e nunca se imaginou dentro do glamour de uma redação como a Runway. Como disse Miranda Priestly (Meryl Streep) à sua assistente Andrea Sachs (Anne Hathaway), durante uma discussão, “Todos querem ser como nós!”. A adaptação do diretor norte-americano David Frankel retrata […]

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Que atire a primeira pedra quem assistiu “O Diabo Veste Prada” e nunca se imaginou dentro do glamour de uma redação como a Runway. Como disse Miranda Priestly (Meryl Streep) à sua assistente Andrea Sachs (Anne Hathaway), durante uma discussão, “Todos querem ser como nós!”.

A adaptação do diretor norte-americano David Frankel retrata a vida dos grandes privilégios daqueles que vivem cercados pela grande mídia e que muitas vezes servem como influência para a mesma. As opiniões da diretora de redação interferem diretamente no que o resto das pessoas que vivem para a comunicação pensam e falam.

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O até então inquestionável valor da moda e do poder de uma redação jornalística são colocados em prova quando Andrea Sachs (Anne Hathaway) rebate a famosa frase citada no primeiro parágrafo e diz “Nem todos!”, contrariando o que muito provavelmente todas as mentes de Manhattan assinariam embaixo.

A história retrata um império, administrado compulsivamente por sua editora Miranda Priestly, uma espécie de Anna Wintour, editora da Vogue americana, na qual se baseou a jornalista Laura Weisberger para escrever o romance homônimo (sim, a escritora passou por momentos parecidos com os de Andrea Sachs quando trabalhou com Wintour).

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A conhecida crueldade de Miranda reflete o jogo das grandes corporações e a maneira como exercem seu poder. Para isto, ela tiraniza seus assistentes, os modelos, os costureiros e seus concorrentes para vender uma informação de total felicidade e satisfação estampada nas páginas da revista, como uma forma de vida que os ricos sustentam, mas a que os pobres não têm acesso.

Retomamos então a frase citada no primeiro parágrafo e a sensação que o filme nos traz de que todos querem fazer parte desse mundo. Um mundo que em princípio, seduz até mesmo Andrea Sachs, a garota que busca espaço no meio jornalístico e que se preocupa em manter sua essência.

O embate entre o desejo de exercer um jornalismo puro e real contra o fantástico mundo das grandes mídias e de seus líderes impiedosos dá o tom de “O Diabo Veste Prada”. Não fugindo do clichê os roteiristas fizeram questão de reapresentar a já conhecida história da Gata Borralheira.

Não bastasse esse clichê, o diretor Frankel e seus roteiristas transformam Miranda Priestly em uma tirana poucas vezes vista antes. Ela é cruel, possessiva, desrespeitosa, exploradora ao extremo. O contexto, entretanto, não é o de vingança pura e simples, mas o da exploração do trabalhador levada a extremo.

A junção entre as duas formas de jornalismo é o que torna o enredo mais interessante. Andrea Sachs pode ser considerada uma moça comum. Sua transformação espécie de ‘mini-Miranda’ se dá sob as exigências de sua chefe. Ela se mostra capaz de manipular e de perder a ética e o elo entre os dois mundos.

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Podemos dizer que o ponto alto do filme é o questionamento à máxima do capitalismo de que, para se chegar ao topo, é preciso abandonar sonhos e acumular inimizades. Mas para trazer um significado, com a história de Andrea sabemos que há sempre um mundo onde é possível manter a ética e não se submeter às imposições dos padrões de beleza.

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