Henrique Balbi | 30 de março de 2016

cine reflexão: O que faz de um filme um bom filme?

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2016/03/garotadinamarquesa.jpeg”] O que faz de um filme um bom filme? Essa é uma pergunta com respostas um tanto quanto particulares. Para uns a resposta pode ser a história que o filme conta; para outros, o que faz de um filme bom podem ser os atores; podem ainda ser os efeitos especiais ou a fotografia. […]

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2016/03/garotadinamarquesa.jpeg”]

O que faz de um filme um bom filme? Essa é uma pergunta com respostas um tanto quanto particulares. Para uns a resposta pode ser a história que o filme conta; para outros, o que faz de um filme bom podem ser os atores; podem ainda ser os efeitos especiais ou a fotografia. Ou, por que não, todas as alternativas?

Por mais que um conjunto de fatores somados possa transformar um filme naqueles inesquecíveis, que temos vontade de ver e rever e de indicar para todos os nossos conhecidos, para mim o que faz de um longa memorável é o que ele nos faz sentir.

Talvez por isso, tenha me surpreendido tanto com o longa “Garota Dinamarquesa”, pelo qual Eddie Redmayne concorreu merecidamente ao Oscar de Melhor Ator e Alicia Vikander venceu o de Melhor Atriz Coadjuvante.

O filme conta a história da pintora Lili Elbe, primeira pessoa a se submeter à cirurgia de mudança de gênero no mundo. Interpretada por Redmayne, a vida da pintora é mostrada desde o momento em que, como homem (como Einar Wegener), ela é estimulada por sua mulher a descobrir sua verdadeira identidade ao ir a uma festa vestida como mulher.

O que faz deste filme um filme tão bom não é apenas a história revolucionária de Lili, mas sim a avalanche de sentimentos e tormentas vivida por Lili e Gerda, sua esposa, durante todo o processo de aceitação de Einar como mulher. Afinal, imagine para um homem casado e consolidado no início do século XX descobrir-se mulher e ter que alterar toda a sua vida – e a vida de sua parceira (que sim, ama, independente da vontade de mudar de sexo)?

Redmayne e Alicia nos fazem sentir quase que nos nervos este drama; nos chocam e nos tranquilizam no mesmo tom – e nos impressionam por contar um história tão difícil com a beleza que é o renascimento de alguém que descobre seu verdadeiro eu, mesmo que depois de tanto tempo.

Por esse exemplo e tantos outros, digo que, para mim, o que faz de um longa realmente bom é o quanto ele nos toca e o quanto entra em nossa pele, nossa carne, chegando aos nossos corações.