Henrique Balbi | 25 de março de 2016

A Luneta do Tempo | O sertão brasileiro

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2015/08/O-auto-da-compadecida.jpg”] A história de Lampião e Maria Bonita é um dos verdadeiros lugares comum da história do sertão brasileiro. Relacionamos imediatamente as duas figuras ao semiárido de nosso país. Em “A Luneta do Tempo” teremos esta região do Brasil de forma muito bem retratada pela sétima-arte; mas é importante voltar atrás e perceber o […]

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2015/08/O-auto-da-compadecida.jpg”]

A história de Lampião e Maria Bonita é um dos verdadeiros lugares comum da história do sertão brasileiro. Relacionamos imediatamente as duas figuras ao semiárido de nosso país.

Em “A Luneta do Tempo” teremos esta região do Brasil de forma muito bem retratada pela sétima-arte; mas é importante voltar atrás e perceber o quão o sertão nordestino já foi explorado nos cinemas.

A começar pela obra de Glauber Rocha, em “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de 1964, em que o sertão é o cenário para a história de Manoel e Rosa, cuja vida de pobreza e fome acaba por virar uma luta diária de guerra e perseguição entre sertanejos e latifundiários.

Em 1996, outra história famosa do sertão brasileiro, assim como a de Lampião e Maria Bonita, é contada em “Guerra dos Canudos”, de Sérgio Rezende. Aqui, a luta de Antônio Conselheiro, interpretado por José Wilker, é contada do início da formação de seu grupo até a extinção da vila resistente que formara em meio ao deserto brasileiro.

Posteriormente, o cenário do Nordeste é utilizado para um dos mais aclamados filmes brasileiros, “O Auto da Compadecida”, de Guel Arraes. Aqui, vemos a trajetória de João Grilo e Chicó, dois personagens extremamente característicos que sobrevivem de bicos e saques em sua jornada pelo sertão, até que se envolvem com o cangaceiro Severino de Aracaju, que passa a perseguir os dois desgraçados pela pobreza da região.

Já no filme franco-suíço-brasileiro, “Abril Despedaçado” (2001), de Walter Sales, o sertão foi o cenário para a história de um jovem – personagem que levou Rodrigo Santoro ao reconhecimento internacional – em busca de vingar a morte de seu irmão mais velho, assassinado por uma família rival.

Em “O Caminho das Nuvens”, de 2003, Wagner Moura nos apresenta o sertão nordestino em seu papel de caminhoneiro que, com sua mulher s seus cinco filhos, parte de bicicleta de Santa Rita, na Paraíba, até o Rio de Janeiro, em busca de uma vida melhor.
Também podemos ver o sertão nordestino em outros filmes, como “Eu, Tu, Eles” (2000), “Cinemas, Aspirinas e Urubus” (2005) e “Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo” (2009), entre tantas outras representações desta região que caracteriza um importante cenário social, político, cultura e econômico desta terra brasileira.