Diego Olivares | 19 de março de 2016

Tudo Vai Ficar Bem

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2016/03/everything-will-be-fine02.jpg”] É enorme a importância de Win Wenders para o cinema. Filmes como o clássico “Paris, Texas” e o recente “O sal da Terra” evidenciam a capacidade e o poder de influência do diretor alemão. Tendo isso em mente, a experiência de ver “Tudo vai ficar bem” se torna ainda mais decepcionante. O mais […]

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2016/03/everything-will-be-fine02.jpg”]

É enorme a importância de Win Wenders para o cinema. Filmes como o clássico “Paris, Texas” e o recente “O sal da Terra” evidenciam a capacidade e o poder de influência do diretor alemão. Tendo isso em mente, a experiência de ver “Tudo vai ficar bem” se torna ainda mais decepcionante. O mais recente filme do diretor, que volta à ficção após sete anos, apesar de ser visualmente interessante na maior parte do tempo, se perde no ritmo e no enredo.

No filme, o escritor Tomas (James Franco) tem problemas com sua namorada (Rachel McAdams) e dificuldade em escrever seu novo romance. Ao se envolver em um acidente de carro, o protagonista acaba matando uma criança. Toda a culpa do escritor durante sua carreira, que é alavancada significamente após o acidente, se torna o foco do enredo.

Para acompanharmos um grande período da vida do protagonista, o roteiro decide por separar momentos relevantes através de saltos temporais que parecem um tanto quanto aleatórios e impedem o telespectador de acompanhar mais a fundo o remorso de Tomas.

O filme ainda dá certa atenção (menos do que deveria) à mãe do falecido, vivida pela excelente Charlotte Gainsbourg que, cercada por atuações ruins e instáveis, como a do próprio protagonista, se destaca positivamente, apesar de ser claramente subaproveitada.

Na maior parte do tempo a fotografia é belíssima. Win Wenders é capaz de criar metáforas visuais muito bem desenvolvidas. Em muitas cenas, além do enquadramento, elementos do cenário, como janelas e portas, também limitam os personagens. Por esse lado o visual é interessante, porém, em cenas especificas, há um uso estranho da profundidade que aparenta ser presunçoso e brega, não no bom sentido da palavra.

Se visualmente a profundidade é mal utilizada, no desenvolvimento dos personagens ela mal aparece. A constante apatia dos personagens torna difícil a identificação com o espectador e o ritmo maçante.

“Tudo vai ficar bem” falha em ser uma experiência visual e, principalmente, em contar uma história envolvente. É um filme que passará despercebido, principalmente diante do histórico invejável de seu diretor.