Fernando Campos | 7 de fevereiro de 2016

Pai Em Dose Dupla

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2016/02/daddys-home4.jpg”] Depois da bem sucedida comédia Os Outros Caras, de Adam McKey, Sean Anders também quis aproveitar a química da boa parceria de Will Ferrell e Mark Wahlberg e fez com que eles se juntassem novamente em sua nova comédia, Pai em Dose Dupla (Daddy’s Home). Entretanto, Anders, que dirigiu Quero Matar Meu Chefe […]

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Depois da bem sucedida comédia Os Outros Caras, de Adam McKey, Sean Anders também quis aproveitar a química da boa parceria de Will Ferrell e Mark Wahlberg e fez com que eles se juntassem novamente em sua nova comédia, Pai em Dose Dupla (Daddy’s Home). Entretanto, Anders, que dirigiu Quero Matar Meu Chefe 2 e Sex Drive, não obteve o mesmo êxito dos dois trabalhos citados acima.

Apesar de sua experiência em comédias sobre família e suas características disfuncionais (vide seu trabalho como roteirista em Família do Bagulho e como diretor em Este é Meu Garoto), o roteiro de Pai em Dose Dupla, escrito por Anders junto com Brian Burns e John Morris, acaba sendo previsível num looping de piadas clichês.

Brad (Ferrell) é executivo de uma rádio de jazz suave. Ele é casado com Sarah (Linda Cardellini), que é mãe de duas crianças de outro relacionamento. Estéril, tem vontade de dar um filho à esposa. Ainda que (constantemente) maltratado pelos enteados, que o acham um mala pela ingenuidade estampada na testa, ele mantém a personalidade tranquila e serena, além de ser muito atencioso com eles, que por sua vez sentem falta do pai.

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A tentativa de Brad na busca da aprovação das crianças se torna difícil com a chegada de Dusty (Wahlberg), o bombado-narcisista-irresponsável pai biológico das crianças. É aí que reside o clichê da trama: o duelo no posto de “pai preferido”. E o filme vai se arrastando nesse ritmo: um duelo infantil entre os dois. Ok, sabemos que é essa a proposta central, mas ainda assim se mantém cansativo, além de tratarem as crianças como objetos de uma vingança infantil, como se elas tivessem que amar mais a um do que o outro. O amigo do antagonista é completamente dispensável e a esposa não passa de uma decoração na casa, colaborando ainda mais pra imagem da “american way of life” que o filme transmite.

Apesar dos clichês, o final acaba soando uma tentativa desesperada de consertar todos esses defeitos com cenas levemente dramáticas e divertidas com direito a dancinhas no baile de “pai e filha” na escola ao som de Like A G6 do Far East Movement (reticências). A parceria Ferrell-Wahlberg não foi tão bem aproveitada como em Os Outros Caras. Ao menos, Pai em Dose Dupla cumpre a proposta de divertir a família descompromissadamente naquele almoço de domingo.