Andre D do C | 29 de agosto de 2015

Cacá Diegues

Nome: Carlos Diegues Nascimento: 19 de maio de 1940, em Maceió, Alagoas Filmes essenciais: Deus é Brasileiro, Bye Bye Brasil, Ganga Zumba [img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2015/07/caca_diegues.jpg”] São poucos os cineastas que são tão simbólicos do que deveríamos ter em maior quantidade no cinema brasileiro do que Cacá Diegues. O cineasta alagoano, criado no Rio de Janeiro, além […]

Nome: Carlos Diegues
Nascimento: 19 de maio de 1940, em Maceió, Alagoas
Filmes essenciais: Deus é Brasileiro, Bye Bye Brasil, Ganga Zumba

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2015/07/caca_diegues.jpg”]

São poucos os cineastas que são tão simbólicos do que deveríamos ter em maior quantidade no cinema brasileiro do que Cacá Diegues. O cineasta alagoano, criado no Rio de Janeiro, além de transpor uma ampla e diversificada visão do Brasil para os cinemas, é um dos poucos que estabelece uma forte identificação popular, mesmo em épocas em que ser popular nos cinemas do Brasil, para alguns intelectuais, era sinal de mediocridade.

Mas a verdade é que Cacá Diegues nunca se acanhou de sua busca por um Brasil cinematográfico, que por várias décadas não existia, era de identidade frágil, e quando emergia em seu formato mais concreto e despudorado de finesses, causava constrangimento profundo da elite e da mídia cultural que a representava. Seja na pele caricata de Lorde Cigano (Zé Wilker eterno, RIP), na icônica imagem de Tieta do Agreste, ou na solene presença de Antônio Fagundes como Deus (trazendo a perspicácia de um olhar estrangeiro), o diretor sempre desbravou o Brasil, e por nunca negar seu próprio pertencimento àquilo que observava (medíocre, fantástico, genial ou simplório), encontrou rapidamente a fórmula para a autenticidade e o reconhecimento.

Críticas e preconceitos a parte, Diegues é hoje um dos cineastas de carreira mais longeva do cinema brasileiro, e um dos mais bem-sucedidos de crítica e público. Em mais de 50 anos de carreira, seus filmes emergiram e sobreviveram a diversas reviravoltas políticas e econômicas no país e viram o sonho definitivo da indústria cinematográfica nacional se construir e ruir inúmeras vezes. Porém, dentre tantos diretores que sucumbiram a esses altos e baixos, Diegues é um dos poucos que conseguiu acumular sucessos e manter uma fluência em sua produção ao longo dos anos.

Até hoje, com sucessos como Maior Amor do Mundo e Deus É Brasileiro, Cacá Diegues não abre mão de seu cinema fluido, diegético, porém com muita lucidez ao tratar da realidade que o cerca. Você pode até não morrer de amores, preferir qualquer um dos extremos: de um enlatado GloboFilmes, a Glauber Rocha. Mas a verdade é que o Brasil carece justamente de cineastas com a popularidade, a qualidade e a regularidade de Cacá Diegues, muito mais do que de grandes obras-primas ou e de blockbusters com atores de novela. Aí, quem sabe, o Brasil que existe de fato se tornará um cinema brasileiro de verdade.