Cassia Alves | 24 de agosto de 2015

cine sexo: A celebração do pornô no Brasil

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2015/08/angel-lima-e-fabiane-thompson-premio-sexy-hot.jpg”] (Foto: Eduardo Viana/Divulgação) Aconteceu na última semana a segunda edição do Prêmio Sexy Hot 2015. Carinhosamente apelidado de “Oscar do pornô brasileiro”, o evento organizado e promovido pelo canal Sexy Hot tem como objetivo “glamourizar a indústria”, nas palavras de Mauricio Palleta, diretor do canal ao site de notícias G1. A indústria pornô, […]

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2015/08/angel-lima-e-fabiane-thompson-premio-sexy-hot.jpg”]
(Foto: Eduardo Viana/Divulgação)

Aconteceu na última semana a segunda edição do Prêmio Sexy Hot 2015. Carinhosamente apelidado de “Oscar do pornô brasileiro”, o evento organizado e promovido pelo canal Sexy Hot tem como objetivo “glamourizar a indústria”, nas palavras de Mauricio Palleta, diretor do canal ao site de notícias G1.

A indústria pornô, a bem da verdade, anda precisando de ajuda. Nunca foi tão fácil e irrestrito o acesso ao conteúdo erótico como atualmente. De vídeos salpicando no WhatsApp aos Xvideos da vida, se deparar com pornografia online é até mais rápido do que a checagem dos últimos desdobramentos da operação Lava Jato.

O Sexy Hot, segundo dados providos pelo próprio canal, tem uma base de 500 mil assinantes, entre web e TV por assinatura, uma quantidade bastante expressiva dado o cenário estabelecido. Com uma maioria de assinantes composta – supreendentemente para alguns – por mulheres, o site tem investido na diversificação de seu cardápio de filmes e apostado em eventos como este prêmio com potencial de desestigmatizar o pornô. Não é tarefa fácil, no entanto.

Neste mundo pornô, as mulheres também lideram nos salários. Estudo publicado recentemente nos EUA mostra que, em parte pela carreira curta e em parte por serem elas as estrelas das cenas, as atrizes recebem entre 60% e 200% a mais do que os atores no pornô. No Brasil a tendência se verifica, mas há veteranas – como Patricia Kimberly (premiada pela melhor cena de fetiche do ano) – em atividade na cena brasileira.

Além de do domínio do mulherio, o pornô conta com a criatividade a seu serviço. Para concorrer ao prêmio, é preciso inscrever os filmes e há prêmios que são escolhidos pelo público e outros por um júri constituído por personalidades não necessariamente ligadas à indústria. Entre os concorrentes, produções como “A culpa é das bucetas” (paródia você sabe bem de que filme), “A bunda manda e o bundão obedece” (um título que abrange uma complexidade que talvez Godard não desse conta), “Entre picas e picanhas”, “Cornolândia – o submundo dos cornos” e “Orgia ao pôr do sol”.

O prêmio teve tapete vermelho, emoção e discursos engajados majoritariamente em favor da comunidade LGBT, que teve prêmios específicos na noite. Mas todo o Oscar precisa de seu Jack Nicholson e ninguém melhor para vestir a carapuça no cinema pornô nacional do que Kid Bengala. Ele foi homenageado, parte de brincadeiras, sensação no tapete vermelho e ouviu de um dos apresentadores da noite, o produtor Carlo Mossy, um elogio e tanto. “Ele também tem um coração enorme”. Não satisfeito, emendou: “Um ícone na verticalidade e na horizontalidade”. Vida longa e próspera ao nosso pornô!