Guilherme Barreto | 31 de julho de 2015

Pixels

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2015/07/2848306-pixels-movie4_z65r.1920.jpg”] Uma raça alienígena decide atacar a Terra e para isso, decide utilizar como “guerreiros” personagens de videogame da década de 80, como Donkey Kong e Pac Man. Para impedir essa ameaça, o presidente dos Estados Unidos (o insuportável Kevin James) decide chamar o seu amigo de infância (Sandler), junto com outros marmanjos que […]

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2015/07/2848306-pixels-movie4_z65r.1920.jpg”]

Uma raça alienígena decide atacar a Terra e para isso, decide utilizar como “guerreiros” personagens de videogame da década de 80, como Donkey Kong e Pac Man. Para impedir essa ameaça, o presidente dos Estados Unidos (o insuportável Kevin James) decide chamar o seu amigo de infância (Sandler), junto com outros marmanjos que jogavam videogame na década de 80, pra salvar o planeta. “Pixels”, novo trabalho do comediante Adam Sandler, que também produz o longa, estreia com esse argumento que é, no mínimo, inusitado. Embora o filme seja bem bobo – o roteiro é praticamente inexistente -, ele tem cenas bem divertidas e criativas, créditos do diretor Chris Columbus.

Porque o presidente chama esse cara ao invés de especialistas? A resposta é simples: como ele foi bicampeão mundial de videogames nos anos 80 e ele conhece as “estratégias” e “pontos fracos” dos guerreiros, então ele é um especialista nesse assunto. Não vou mentir, com esse argumento de “Pixels” dava pra fazer algo legal. Nada maravilhoso, mas algo divertido.

Como já disse, o roteiro é praticamente inexistente. Ele não apela pra piadas escatológicas, como os outros filmes de Sandler, mas exagera em piadas estereotipadas, como as que envolvem os ingleses e nerds, e machistas, como uma que envolve a tenista Serena Williams.A trama é completamente previsível, em menos de 10 minutos de projeção qualquer um percebe como o longa vai acabar. O roteiro é tão inexistente que dá a impressão que Adam Sandler está improvisando todas as suas falas.

O elenco aparenta estar se divertindo, e não chega a incomodar. Exceto Josh Gad que, não bastando assumir o estereótipo vencido do nerd paranóico, não tem a menor graça. É exagerado ao extremo. Os destaques ficam para o ótimo Peter Dinklage e para o veterano Bryan Cox, ambos bem à vontade em seus papéis. Mesmos com personagens caricatos, os atores levam algo de digno a tela. Mas e quanto a Adam Sandler? Continua sendo o Adam Sandler interpretando um personagem que é o Adam Sandler, ou seja, o personagem é um marmanjo nerd, boa gente, imaturo e bobão. Simples.

Mas o que leva dignidade e transforma “Pixels” em um filme agradável é o competente diretor Chris Columbus. Roteirista de clássicos como “Gremlins” e “Os Goonies” e diretor dos dois primeiros filmes das sagas “Harry Potter” e “Esqueceram de Mim”, Columbus pode não ser maravilhoso, mas respeita seu público e consegue criar sequências muito criativas. Aquelas envolvendo as invasões dos personagens de videogame são muito interessantes, aliadas a um bom uso de 3D e eficientes efeitos dos pixels. Duas em especial chamam a atenção: a perseguição do Pac Man e uma envolvendo o clássico Donkey Kong.

Enfim, “Pixels” é um filme bobo, na falta de uma palavra melhor, mas que não chega a ofender como outras comédias de Adam Sandler. Se não fosse por Chris Columbus, garanto que nem divertido seria, mas o diretor pouco pode fazer em um filme em que o roteiro é praticamente inexistente. Para quem é gamer e quer ter momentos nostálgicos, funciona; mas se querem ver um filme que funciona melhor dentro da mesma proposta, recomendo “Detona Ralph” da Disney, que pelo menos tem roteiro.