Cassia Alves | 27 de julho de 2015

cine sexo: Destino pornô

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2015/07/Doce.jpg”] A curiosidade por entender o que leva uma pessoa a entrar para a indústria pornô, ou mesmo o funcionamento desta, já renderam filmes interessantes como “Lovelace” (2013) ou “Boogie nights – prazer sem limites” (1997), ambos já abordados por esta coluna. Mas esse interesse não adormece e há sempre camadas novas a serem […]

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A curiosidade por entender o que leva uma pessoa a entrar para a indústria pornô, ou mesmo o funcionamento desta, já renderam filmes interessantes como “Lovelace” (2013) ou “Boogie nights – prazer sem limites” (1997), ambos já abordados por esta coluna.

Mas esse interesse não adormece e há sempre camadas novas a serem reveladas em filmes que se comprometem com a verdade, caso de “Doce tentação” (2012), ou que a buscam nos clichês, como “Hot girls wanted” (2015), documentário exibido no festival de Sundance dese ano e já disponível no catálogo da Netflix.

Em comum, os dois filmes compartilham do objetivo de investigar o que leva jovens garotas a enveredarem pela indústria pornô. Fama instantânea? Dinheiro fácil? Sexo em abundância? Nem tudo é preto no branco como sugere o ótimo registro documental de Jill Bauer e Ronna Gradus. Elas acompanham um grupo de garotas que chegam de cidades pequenas para acontecer em Miami (Flórida). O filme mostra como o pornô amador se transformou em uma demanda robusta e insaciável nesses tempos de hiperconectividade.

O filme mostra como funciona o recrutamento dessas jovens cuja carreira muitas das vezes dura apenas alguns meses.

Já “Doce tentação” segue a história de Angelina (Ashley Hinshaw), uma garota de 18 anos prestes a terminar o ensino médio. A vida familiar de Angelina é difícil. Sua mãe (Lili Taylor) é alcoólatra e seu padrasto, violento e imprevisível. Após aceitar a sugestão repentina do namorado de que ela tire fotos nuas para ganhar algum dinheiro, Angelina usa a grana para fugir junto com seu melhor amigo (Dev Patel) para São Francisco. É lá que Angelina conhece um advogado bem-sucedido e viciado em cocaína, vivido por James Franco, que a apresenta a um mundo diferente. Ao mesmo tempo, a garota passa a usar o codinome Cherry e explorar a indústria de filmes pornográficos de São Francisco, sob a direção de Margaret (Heather Graham), uma ex-atriz pornô que dirige filmes adultos. Roteirizado pela ex-atriz pornô Lorelei Lee, o filme se incumbe de mostrar o ambiente libertário da indústria pornô e suas reminiscências.

São duas produções irmanadas no ponto de partida, mas distintas na forma, no recorte temporal e na estrutura narrativa. Recomendadas pela agudeza com que registram esse universo que tão volátil quanto atraente.