Cassia Alves | 13 de julho de 2015

cine sexo: O riso é o Viagra do sexo?

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2015/07/pie.jpg”] “Enfia o dedo no laço da minha etiqueta”, diz o ursinho de pelúcia Ted nos fundos de um supermercado para a loira com a qual ele está fazendo sexo em “Ted” (2012), o genial filme de Seth MacFarlane, cuja sequência chega aos cinemas brasileiros em setembro deste ano. O desbocado Ted não tem […]

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“Enfia o dedo no laço da minha etiqueta”, diz o ursinho de pelúcia Ted nos fundos de um supermercado para a loira com a qual ele está fazendo sexo em “Ted” (2012), o genial filme de Seth MacFarlane, cuja sequência chega aos cinemas brasileiros em setembro deste ano.

O desbocado Ted não tem órgão sexual, mas isso não é impedimento para ele se divertir. O sexo também pode ser lúdico no cinema. O que quer dizer engraçado e bizarro. São abordagens diferenciadas e legítimas que ajudam a tirar a sisudez com que o ato sexual é majoritariamente retratado pelo dito cinema de arte ou, ainda, espanta o recato do cinema mainstream. Pedro Almodóvar, quem se não ele, usa uma metáfora interessante para anunciar o sexo entre dois personagens que se dará a seguir em “Ata-me” (1990), um dos pontos altos de sua carreira. Numa banheira, Victoria Abril recebe em sua vagina um pequeno mergulhador em uma analogia pontual que vai além da citação ao espermatozoide. A cena de sexo que se segue, bastante falada, mantém a aura de inortodoxa.
Quem se esquece da já clássica cena de “American Pie –a primeira vez é inesquecível” (1999), em que o pai de Jim flagra o filho mantendo relações com uma torta? A cena traduz as inseguranças da adolescência com uma eloquência que só encontra par na graça que produz.

Já “Sex tape: perdido na nuvem” (2014) se permite ser muito mais verborrágico com nossas inseguranças e, ainda que não seja um filme notável, usa o humor para falar de sexo de uma maneira bastante incomum nos filmes de massa hollywoodiano. As cenas de sexo são todas elas talhadas para rir, não para excitar. Talvez por isso Jason Segel surja mais nu em cena do que Cameron Diaz.

Se só o humor salva não se sabe, mas certamente é a perspectiva defendida na saga Crepúsculo em que após uma longa jornada de desejo e renúncia, Edward e Bella fazem sexo de maneira muito desajeitada em “Amanhecer – parte 1” (2011), quebrando a cama e provocando risos do público.

Por falar em quebrar a cama, quem nunca fez um sexo tão selvagem que destruiu todo o cômodo? Tim Burton brinca com essa percepção em “Sombras da noite” em que o vampiro vivido por Johnny Depp sucumbe às imposições sexuais da bruxa vivida por Eva Green.

Bizarro ou engraçado, sexo é sexo e como provam esses filmes, não precisa ser tratado como a convenção de Genebra.