Diego Olivares | 1 de julho de 2015

Enquanto Somos Jovens

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2015/07/04a4a70a-a49a-40df-8c22-926b50231d23-620×372.jpeg”] Noah Baumbach é um dos principais nomes do cinema alternativo. “Frances Ha”, talvez seu filme mais conhecido, aparece em quase todas as listas de recomendações para o Netflix e não é à toa. Seu novo filme, “Enquanto somos jovens”, volta a discutir o choque de gerações de forma irreverente e gostosa de assistir. […]

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2015/07/04a4a70a-a49a-40df-8c22-926b50231d23-620×372.jpeg”]

Noah Baumbach é um dos principais nomes do cinema alternativo. “Frances Ha”, talvez seu filme mais conhecido, aparece em quase todas as listas de recomendações para o Netflix e não é à toa. Seu novo filme, “Enquanto somos jovens”, volta a discutir o choque de gerações de forma irreverente e gostosa de assistir.

Josh (Ben Stiller) e Cornelia (Naomi Watts) são um casal de cineastas na casa dos 40 anos, que vivem uma vida pacata, focada no trabalho e em manter seu relacionamento. Tudo isso muda com a chegada de Jamie (Adam Driver) e Darby (Amanda Seyfried), um jovem casal de hipsters (do tipo máquina de escrever, vinil e VHS) que encantam os protagonistas, principalmente Josh, que vê Jamie como um possível pupilo.

Mas não espere que “Enquanto somos jovens” seja apenas uma ironia à crise de meia idade dos protagonistas, muito pelo contrário, ele foge do discurso simplista e se utiliza de um humor ácido e autêntico para questionar falsos valores e limites éticos na arte e na sociedade.

O roteiro, também escrito por Baumbach, percorre sutilmente por ambos os mundos dos casais e explora muito bem as emoções e características de seus personagens e, como já é de costume nos filmes do diretor, o enredo flui de forma extremamente natural. Essa noção de cotidiano não só aproxima o espectador como garante ao longa uma irreverencia ímpar.

As atuações também são excelentes e transparecem a naturalidade que o filme pedia. Naomi Watts está bem como sempre, Bem Stiller comprova mais vez que nas mãos de um diretor capaz ele é um bom ator e Adam Driver se firma cada vez mais como um grande nome do cinema alternativo. Tomara que ele mantenha o padrão em Star Wars.
O filme ainda apresenta um aspecto metalinguístico. O atrito se inicia quando Josh e Jamie começam a trabalhar em um projeto juntos. Isso desencadeia acontecimentos um tanto quanto surpreendentes que resultam no excelente desfecho do longa. Além disso, cinema falando de cinema é sempre divertidíssimo.

“Enquanto somos jovens” é mais um autêntico e revigorante filme de Noah Baumbach.