| 6 de junho de 2015

Paulo Henrique Fontenelle, diretor do documentário ‘Cássia Eller – O Filme’

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2015/06/11329040_10153844197743362_1165672915_n.jpg”] O encontro da música brasileira com o cinema, mais especificamente, o documentário, tem contribuído para resgatar a memória, esclarecer alguns fatos e oferecer uma homenagem digna a alguns artistas e bandas nacionais. ‘Ninguém Sabe o Duro que Eu Dei’, ‘Uma Noite em 67’, ‘Loki’, ‘A Vida Até Parece Uma Festa’ são alguns frutos […]

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2015/06/11329040_10153844197743362_1165672915_n.jpg”]

O encontro da música brasileira com o cinema, mais especificamente, o documentário, tem contribuído para resgatar a memória, esclarecer alguns fatos e oferecer uma homenagem digna a alguns artistas e bandas nacionais. ‘Ninguém Sabe o Duro que Eu Dei’, ‘Uma Noite em 67’, ‘Loki’, ‘A Vida Até Parece Uma Festa’ são alguns frutos dessa boa parceria entre música e cinema. Vale a pena conhece-los, se você ainda não assistiu.

Em 2015, ‘Cássia Eller – O Filme‘ estreou contando a vida e a intimidade da cantora carioca que fez fama em Brasília e encantou o grande público na década de 1990 e início dos anos 2000, quando veio a falecer, vítima de um ataque cardíaco. O documentário dirigido por Paulo Henrique Fontanelle (Loki – Arnaldo Bapstista – 2008) entrevista amigos, família e amores da cantora e faz um resgate histórico sobre a vida de Cássia Eller, incluindo a polêmica em torno da guarda do filho Chicão por sua companheira Eugênia. O filme também faz matar de saudades quem adorava a voz grave e a atitude cheia de personalidade de Cássia Eller. Para entender melhor a dimensão do documentário, entrevistamos o diretor Paulo Henrique Fontenelle que contou mais detalhes sobre o projeto. Acompanhe:

– Paulo, como surgiu a oportunidade de fazer um documentário da vida de Cássia Eller? Qual era a sua relação com a cantora antes do filme?
Eu tinha acabado de fazer o LOKI e eu estava a procura de um urro projeto. Um dia, ouvindo o MTV acústico, me deu vontade de conhecer um pouco mais sobre a Cassia e vi que não havia quase nada mais aprofundado sobre ela alem daquela persona dos palcos. Nenhum filme, documentário, especial de tv. Sempre gostei muito da artista, mas foi querendo conhecer a pessoa por trás daquelas musicas que emociona tanta gente que tive vontade de fazer o filme. Nesse meio tempo conheci algumas pessoas que ja tinham tentando fazer um filme sobre ela, mas não levaram adiante. Resolvi tentar e deu certo.

– Pelas imagens de arquivo, parece que você conseguiu o apoio da família de Cássia Eller para fazer o documentário. Você teve liberdade para contar o que quisesse da cantora?
Eu tive total liberdade. Eugenia e Chicao me deram total carta branca para fazer o filme como eu achava que deveria ser. Tudo que eles queriam é que eu não escondesse nada e falasse de todos os temas e mostrasse um retrato real da Cassia. Eles so foram ver o filme quando ele ficou pronto e adoraram. Foi uma relação muito bonita de confiança e amizade.

– Pela força da voz, presença de palco e, coincidentemente, a morte prematura, a gente poderia colocar Cássia Eller em um mesmo patamar de Janis Joplin ou Amy Winehouse?
EU acho que ela era uma artista de um talento absurdo e uma musicalidade sem igual. Ao contrario da Amy Winehouse ou da Janis Joplin que se eternizaram num estilo de musica, a Cassia, passeou por todos os ritmos musicais, como o samba, o blues, o rock , o forro e tudo com uma autenticidade e um talento que não tem precedentes. Certamente ela esta no patamar das melhores do mundo.

– Qual tem sido a recepção do público em relação ao filme?
Não podia ter sido melhor. O Filme estreou no festival do Rio do ano passado em caráter hor concours e fui um grande sucesso. As sessões estavam lotadas com dois dias de antecedência e foi bonito ver as pessoas cantando e se emocionando no cinema e, principalmente conhecendo um lado da Cassia que elas não tinham acesso. Um lado tao belo quanto o da artista. Depois o filme ganhou a Mostra de Sao Paulo e o Festival Aruanda. Quando o filme estreou no cinema a reacao foi a mesma e a critica foi super positiva. Hoje o filme completa sua decima sétima semana em cartaz que é um feito bem legal para um documentário brasileiro. A Cassia merece.

Assista ao trailer:

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– Este é o seu segundo documentário sobre artistas. O primeiro foi com o Arnaldo Baptista, dos Mutantes. Qual é o principal desafio em um trabalho como este?
Eu acho que o principal é buscar entender a visão do artista sobre o mundo e tentar imprimir isso no filme. Alem disso, é importante buscar aquilo que não e de conhecimento publico. Um bom documentário é aquele que voce sai do cinema sabendo um pouco mais sobre o assunto.

– Algum outro artista em mente para um futuro documentário?
Eu nao sei ainda. Para biografar alguém essa pessoa tem que ir alem da sua arte. É importante que ela tenha uma historia de vida que traga inspiração as pessoas e que proponha debates que contribuam com a sociedade. Acho que o Arnaldo e a Cassia tiveram essa característica. Mas ainda não sei qual seria o próximo.
Se o Paul McCartney estiver afim, estamos aí…