Henrique Balbi | 3 de junho de 2015

cine reflexão: Wilds

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2015/06/livre_flme.jpg”] Perdemo-nos muitas vezes ao longo de nossas vidas. Por vezes, o labirinto interno é pequeno, resumindo-se a uma bifurcação ou curva duvidosa. Em muitas delas, temos ajuda de quem nos quer bem e que nos abre os olhos para tomar a decisão certa ou arcar com as consequências de uma possível decisão errada. […]

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Perdemo-nos muitas vezes ao longo de nossas vidas. Por vezes, o labirinto interno é pequeno, resumindo-se a uma bifurcação ou curva duvidosa. Em muitas delas, temos ajuda de quem nos quer bem e que nos abre os olhos para tomar a decisão certa ou arcar com as consequências de uma possível decisão errada.

Entretanto, algumas pessoas chegam a um ponto da vida que parecem precisar se reconhecer, precisam chegar ao fundo de seu eu para entenderem que caminho seguir e como deixar para trás um passado que não querem em suas lembranças. Esta não é uma tarefa fácil, pois exige introspecção e um período de convivência intenso com si próprio.

Alguns personagens da vida real foram retratados no cinema com suas histórias de autoconhecimento em longas jornadas, que poderiam terminar em um fim ou um recomeço.

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Em “Na Natureza Selvagem” é narrada a história de Christopher McCandless, interpretado por Emile Hirsch, um jovem americano recém-formado em busca de uma experiência para transcender o materialismo cotidiano, tão bem caracterizado por sua família “plástica”. Nesta jornada, ele acaba no Alasca, num cenário completamente isolado do convívio humano.

Já no mais recente “Livre”, com Reese Witherspoon, a luta de Cheryl Strayed é por voltar a ser a mulher que ela deveria ter sido, mas que se perdeu em algum lugar entre seu luto e sua descrença na vida. Para se reencontrar, Cheryl decide fazer a Pacific Crest Trail, uma trilha de 1.770 quilômetros que atravessa vários estados norte-americanos, chegando ao Canadá.

Apesar da profunda introspecção de ambos os personagens reais, é visível o fato de que Christopher era um ingênuo idealista, em busca de provar mais do que para si mesmo, mas principalmente para os outros, que poderia ser diferente do que o mundo impunha, mas indo longe demais – e despreparado demais – para chegar ao seu objetivo.
Já Cheryl, não. Ela sabia o porquê estava ali; ela estava realmente perdida e não precisava provar nada para mais ninguém além dela mesma. Diferentemente de Christopher, cujo objetivo era perambular pelo desconhecido, a mulher tinha um objetivo de 1.770 quilômetros a ser cumprido, pelos quais ela poderia refletir sobre assuntos mal resolvidos apenas internamente.

Independente destas diferenças, o que ambas histórias fazem é nos apontar pontos alegres e tristes da vida, que vão existir, juntos, a todos os momentos. E o que fica é um sentimento extremamente pessoal: se vale a pena se metamorfosear pela felicidade, a decisão é de cada um.