Cassia Alves | 26 de janeiro de 2015

cine sexo: 50 tons de Almodóvar

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2015/01/Almodóvar.jpeg”] Pedro Almodóvar, direta ou indiretamente, é tema frequente da coluna. As razões estão à vista do leitor, mesmo que ele não seja um fã ardoroso do cineasta espanhol. Pedro Almodóvar calca seu cinema na verve sexual mais pura e sintomática que há. O universo almodovariano é, à primazia, extremamente sexual e transgressivo. O […]

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Pedro Almodóvar, direta ou indiretamente, é tema frequente da coluna. As razões estão à vista do leitor, mesmo que ele não seja um fã ardoroso do cineasta espanhol. Pedro Almodóvar calca seu cinema na verve sexual mais pura e sintomática que há. O universo almodovariano é, à primazia, extremamente sexual e transgressivo. O colorido, a galeria de personagens extravagantes, a música, e tudo o mais se fundem a esse pilar sexual oxigenando uma obra multifacetada, de coerência ímpar e reversa ao viés moralizante tão em voga no cinema contemporâneo.

Para incrementar o olhar sobre Almodóvar, a coluna recomenda um livro lançado há pouco que elege o cineasta, e sua iconoclastia sexual, como tema. “Sexualidade e transgressão no cinema de Pedro Almodóvar”, de Antonio Carlos Egypto, publicado pela SG-Amarante é um trabalho de conclusão de curso em pós-graduação de crítica de cinema tão robusto e envolvente que a transformação em livro parece um desenvolvimento natural.

O autor mapeia o cinema de Almodóvar, suas referências objetivas e subjetivas, e oferece um painel elaborado e rico sobre a envergadura da obra do espanhol. Tudo pelo prisma de seu caráter transgressivo, que tem no sexo sua raiz mais bem germinada.

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Os filmes do espanhol são analisados individualmente, assim como o autor dispensa necessário tempo para discorrer sobre o período franquista, quando a Espanha esteve sob inclemente ditadura; Esta época sombria, advoga Egypto, moldou o cinema oitentista de Almodóvar. O caráter transgressivo dos filmes do diretor, na conjuntura proposta por Egypto, é reflexo da privação de liberdades do período.

O cinema de Almodóvar rapidamente se definiu como um monumento contra a intolerância. Uma característica que a evolução de sua obra ratificaria filme após filme, sem abdicar de seu forte elemento sexual. O livro de Egypto ajuda a entender o porquê.