Cassia Alves | 12 de janeiro de 2015

Globo de Ouro celebra vanguarda estabelecida por Richard Linklater ao premiar “Boyhood”

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2015/01/20150112-GLOBES-slide-Q0BY-jumbo.jpg”] Não teve barraco. Gafes foram pouquíssimas, nada que valha a menção. Teve um ou outro discurso inspirado e “O Grande Hotel Budapeste”, distinguido como o melhor filme em comédia/ musical, foi o mais perto de uma zebra que a Associação dos correspondentes estrangeiros de Hollywood (HFPA), que outorga os prêmios, chegou. Trocando em […]

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2015/01/20150112-GLOBES-slide-Q0BY-jumbo.jpg”]

Não teve barraco. Gafes foram pouquíssimas, nada que valha a menção. Teve um ou outro discurso inspirado e “O Grande Hotel Budapeste”, distinguido como o melhor filme em comédia/ musical, foi o mais perto de uma zebra que a Associação dos correspondentes estrangeiros de Hollywood (HFPA), que outorga os prêmios, chegou. Trocando em miúdos, foi uma cerimônia bem desinteressante enquanto programa de tv, sensação dilatada pela pouca inspirada noite das apresentadoras Tina Fey e Amy Poehler. Salvo uma ou outra piada, especialmente a que fizeram com George Clooney, foi uma noite para se esquecer das atrizes que já anunciaram que não retornam para a cerimônia de 2016.
A vitória de “Boyhood: da infância à juventude”, filme que já está em cartaz nos cinemas brasileiros, celebra a coragem e o desprendimento de Richard Linklater de se dedicar e comandar um projeto tão original como este que é um filme rodado ao longo de 12 anos e que tem como objetivo fazer um recorte do banal. Registrar a passagem do tempo.

Com três prêmios, “Boyhood” sagrou-se o grande vencedor da noite. “Birdman” e “A teoria de tudo” ficaram atrás com dois troféus cada. O primeiro perdeu o prêmio de melhor filme em comédia/musical para o filme de Wes Anderson, mas prevaleceu nas categorias de roteiro e ator em comédia. Já o segundo, levou as estatuetas de ator dramático, para Eddie Redmayne, e trilha sonora.

A vitória da produção russa “Leviatã” e da animação “Como treinar seu dragão 2” se não foram surpreendentes, tiveram o componente do inesperado por baterem os favoritos “Ida” e “Uma aventura lego”, respectivamente.

Julianne Moore e Amy Adams foram eleitas as melhores atrizes por “Para sempre Alice” e “Grandes olhos” nas categorias de drama e comédia respectivamente. Sem surpresas aí e sem surpresas na distinção e Patricia Arquette (“Boyhhod”) e J.K Simmons (“Whiplash: em busca da perfeição) entre os coadjuvantes.

A HFPA permitiu-se ousar mais nas categorias televisivas, que viram produções feitas diretamente para a internet brilharem. “Transparent”, produção da Amazon sobre um pai de família que resolve assumir sua transexualidade rendeu a Jeffrey Tambor o prêmio de melhor ator em comédia e a própria série foi vencedora na categoria principal. A dedicatória do ator à comunidade de transgêneros foi um dos grandes momentos da noite. Rivalizou com o discurso afinado de Clooney, homenageado da edição, que conseguiu em poucos minutos homenagear sua esposa, rir de si mesmo e lembrar das vítimas dos ataques em Paris.

Coube, no entanto, a Kevin Spacey – vencedor pela série “House of Cards” – o melhor discurso da noite. Oito vezes nomeado, o ator nunca havia ganhado. Nem mesmo por “Os suspeitos” (1995) e “Beleza americana” (1999), filmes que lhe renderam Oscar. “I can not believe I fucking won”. Dispensa traduções.