Ricardo F. Santos | 19 de novembro de 2014

Debi & Lóide 2: Idiota demais

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2014/11/debi-loide.jpg”] Confesso que não sou o maior admirador dos irmãos Bobby e Peter Farelly, cuja decaída cinematográfica é tão desastrosa quanto a de M. Night Shyamalan, e tampouco de Debi & Lóide – Dois Idiotas em Apuros, filme de 1994 que ajudou a alavancar suas carreiras e a do então pouco conhecido Jim Carrey. […]

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2014/11/debi-loide.jpg”]

Confesso que não sou o maior admirador dos irmãos Bobby e Peter Farelly, cuja decaída cinematográfica é tão desastrosa quanto a de M. Night Shyamalan, e tampouco de Debi & Lóide – Dois Idiotas em Apuros, filme de 1994 que ajudou a alavancar suas carreiras e a do então pouco conhecido Jim Carrey. Duas décadas (e um prequel horroroso, horroroso) depois, e a equipe se reúne com Debi & Lóide 2, filme que mantém o humor escatológico e cartunesco do primeiro, mas agora fica claro que a piada envelheceu.

A trama mantém o intervalo de 20 anos de um filme a outro, com Harry (Jeff Daniels) se juntando à Loyd (Jim Carrey) em uma viagem para encontrar sua filha bastarda, única pessoa capaz de lhe doar um rim.

É muito, muito similar à do original, com a estrutura do road trip possibilitando uma série de situações absurdas e cômicas (ou não) para a dupla. Já comentei aqui que a comédia e o terror são gêneros que variam muito de um espectador a outro: você pode gargalhar com as piadas de Debi & Lóide 2 ou detestar cada segundo da experiência. Pessoalmente, não é esse o tipo de humor que me atinge (o de caretas, escatologias e barulhos irritantes), mas não considero a experiência como ruim.

É muito bom rever a química de Jim Carrey e, principalmente, Jeff Daniels, e reparar em como um ator dramático tão competente é capaz de se entregar ao ridículo com maestria – afinal, fazer rir é muito mais difícil do que fazer chorar, pergunte a qualquer ator. No entanto, grande parte das minhas risadas aqui foram provocadas por Rob Riggle, que entrega dois personagens completamente diferentes (irmãos gêmeos, um deles é golpista e outro, militar), mas diverte em ambas as encarnações; especialmente quando utiliza de seu assustadoramente eficaz método de camuflagem. E por último, a novata Rachel Melvin revela-se, além de lindíssima, uma comediante divertida, com muito talento para a comédia física que sua personagem exige.

Vai confusão aqui e trocadilho ali, Debi & Lóide 2 mantém ritmo por sua (até que) longa duração de 110 minutos, mas não me fez gargalhar. Um riso, um sorrisinho e nada mais, porém me fica a impressão de que esse tipo de humor envelheceu muito de 1994 para cá.

Obs: Os créditos finais são bem bacanas pelo senso nostálgico que desperta, e há uma cena adicional depois destes.

Obs II: Há uma participação especial genial no filme, mas vocês não saberão quem é o ator sem pesquisar na internet.