| 20 de setembro de 2014

Entrevista: Mostra CCBB de humor brasileiro

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2014/09/190924.png”] O Centro Cultural Banco do Brasil patrocinia e apresenta a 1a. Mostra de Humor Brasileiro. Em um domingo de cada mês, entre setembro de 2014 e março de 2015, haverá a exibição de dois filmes brasileiros de humor.Os primeiros filmes a serem exibidos são Carlota Joaquina e Divã, no dia 28 de setembro, […]

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O Centro Cultural Banco do Brasil patrocinia e apresenta a 1a. Mostra de Humor Brasileiro. Em um domingo de cada mês, entre setembro de 2014 e março de 2015, haverá a exibição de dois filmes brasileiros de humor.Os primeiros filmes a serem exibidos são Carlota Joaquina e Divã, no dia 28 de setembro, domingo. Mais informações: http://culturabancodobrasil.com.br/portal/mostra-ccbb-de-humor-brasileiro/

Você, certamente, já deve ter visto, pelo menos, um dos dois filmes, então, por que ir a esta Mostra? Explico. O evento terá a apresentação, ao vivo, na própria sala de projeção, de esquetes bem-humorados protagonizados pelas atrizes Agnes Zuliani e Rachel Ripani.

Elas entrarão em cena entre o fim da exibição de um filme e o início do outro. Para entender um pouco melhor essa dinâmica conversamos com o curador da Mostra, Marcos Ribeiro de Moraes e também com as atrizes.

Marcos Ribeiro de Moraes

– Marcos conta pra gente como vai ser essa dinâmica de misturar cinema e teatro na Mostra do Humor Brasileiro?

A dinâmica é baseada na concepção de cinema como experiência, em agregar ao público um elemento a mais, interativo e riquíssimo em termos de fruição estética, ao qual ele não teria acesso se visse o filme no conforto do seu sofá. Acredito que cada vez mais a experiência cinéfila estará associada a outras experiências artísticas, um diferencial. No caso específico da Mostra CCBB de Humor Brasileiro serão as performances das atrizes Agnes Zuliane e Rachel Ripani, seja ao final da exibição de um filme, seja no começo, que vão tornar ainda mais bem-humorado e único viver essa experiência. As duas atrizes vão escrever textos inéditos para os esquetes, todos baseados nos filmes selecionados, e vão interpretá-los ao vivo, na própria sala de cinema do CCBB, comentando o filme, ressaltando aspectos curiosos e engraçados, interagindo com a audiência. Com essa junção entre cinema e teatro, buscamos dar ao humor um status mais além da pura risada, praticá-lo como ferramenta capaz de olhar o mundo ao nosso redor de forma mais crítica e apurada.

– Quantos filmes e quantas sessões teremos para prestigiar essa Mostra? Como chegaram a escolha dos títulos?

Foram escolhidos para a mostra 14 filmes, a serem exibidos ao longo de sete meses, sempre um domingo por mês (28 de setembro, 19 de outubro, 16 de novembro, 14 de dezembro, 18 de janeiro de 2015, 15 de fevereiro de 2015 e 15 de março de 2015). Cada um desses domingos corresponde uma sub-mostra dentro da mostra maior, uma vez que temas diversos dentro do guarda-chuva mais abrangente do humor serão abordados. Com base nessas sete sub-temáticas, que vai da homenagem a grandes atrizes brasileiras, divas do humor, passando pelo humor negro, o riso na cultura popular brasileira, a comédia romântica, a música dita brega até a comédia adolescente, os filmes foram cuidadosamente escolhidos a fim de se encaixarem nessas sete duplas a cada domingo. E sempre com a preocupação de buscar produções que não sejam óbvias em termos da classificação do gênero comédia. Pois o humor pode estar contido e misturado a vários estilos e gêneros cinematográficos. O que queremos é extrair ao máximo as suas possibilidades dentro da cinematografia brasileira recente.

Agnes Zuliani

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– Agnes, os filmes que serão apresentados na estreia da Mostra já foram assistidos por muita gente. A novidade é a apresentação de vocês entre as sessões. As enquetes serão inspiradas nos filmes exibidos?

Isso mesmo. As esquetes serão inspiradas no que se acabou de assistir ou no que será assistido e não pretendem recontar a história ou fazer uma crítica de cada filme. Isso já foi feito. O importante é aproveitarmos os temas, cenas, formato, atores, direção, roteiro e até mesmo os erros para criarmos um esquete bem-humorado que possa ampliar o olhar do espectador. Nosso intuito é fazer com que um veículo de comunicação – o cinema no caso – abra possibilidade de discussão e de entretenimento em outros meios – humor em cena. Fazer um esquete ao vivo é tornar também vivo o debate em torno da obra e acima de tudo abrir as portas para um humor diferente, crítico e inovador.

– Haverá interação com o público? Vocês recorrerão a exibição de cenas para fazer alguma brincadeira com o humor usado nos filmes?

Cada obra nos inspira a um esquete diferente. Pode ser realizado por uma atriz somente ou pelas duas. Vai depender do tema e do conteúdo que queiramos representar. Interação com o público é algo que surge quando o esquete solicita um trânsito entre atores e público. Participação espontânea às vezes ocorre e o ator procura estar preparado e lidar bem com isso, mas não é uma preocupação inicial. Queremos encontrar formas criativas de comunicação com o público através do humor. Algumas vezes poderá ser um riso mais contido, por outras mais rasgado, porém o mais importante é a experiência do contato ao vivo com o espectador do cinema. Acho que recorreremos a uma cena do filme caso ela seja o ponto central para o que iremos escrever. É uma nova experiência e estamos bem contentes com ela!

Rachel Ripani

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– Rachel, como vocês estão encarando esse desafio de levar apresentações teatrais dentro da sala de cinema?
Inovar é sempre um desafio, e um desafio é sempre ótimo. Eu pelo menos me motivo mais pelo ineditismo de uma iniciativa, e essa é uma forma de nos levar adiante, na direção de novas ideias, que é o me apaixona. Adoramos a ideia desse mash up e estamos nos divertindo muito imaginando as loucuras que podemos cometer.

– Como tem sido a relação de vocês com os filmes que serão exibidos na Mostra: estão assistindo muitas vezes para conseguir tirar um gancho para apresentação? assistem uma vez só para não se “contaminar” pelo humor praticado no filme… conta pra gente o trabalho de criação de vocês.
A maioria dos filmes já tinha assistido, então estou revendo com o foco no que posso criar a partir do filme. Dependendo do filme volto a assistir mais uma vez, como foi o caso de O Redentor. O trabalho de criação tem sido assistir ao filme, depois fazer um brainstorming a respeito do que pode ser trabalhado a partir do tema. Aí cada atriz escreve individualmente as ideias e, em seguida, fazemos uma mistura. O texto vai e volta algumas vezes e assim vai se arredondando. Toda ‘contaminação’ é bem recebida!