Diego Olivares | 15 de setembro de 2014

Sonho Americano | Era uma vez em Nova York

[img src =”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2014/09/era-uma-vez-em-nova-york.png”] Na maioria das vezes, as expectativas e esperanças dos imigrantes por melhores condições de vida são reprimidas por uma realidade cruel e obscura ao chegarem ao lugar de destino. Esse lugar há muito tempo é retratado pelos Estados Unidos e, no início do século XX, momento em que a Europa sofria com […]

[img src =”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2014/09/era-uma-vez-em-nova-york.png”]

Na maioria das vezes, as expectativas e esperanças dos imigrantes por melhores condições de vida são reprimidas por uma realidade cruel e obscura ao chegarem ao lugar de destino. Esse lugar há muito tempo é retratado pelos Estados Unidos e, no início do século XX, momento em que a Europa sofria com guerras, muitos partiam para a “terra das oportunidades”.

“Era uma vez em Nova York” conta a história de Ewa Cybulsky (Marion Cotillard), uma das várias imigrantes a desembarcar em Ellis Island. Sem a ajuda do sistema, ela aceita se abrigar e trabalhar para o cafetão Bruno (Joaquin Phoenix), pois assim ela acumularia recursos para trazer sua irmã para Nova York. Bruno acaba se apaixonando por Ewa e se sente ameaçado ao ver o envolvimento dela com seu primo, o mágico Emil (Jeremy Renner).

O diretor James Gray dita o longa num ritmo sutil. Por mais explícita que a situação seja, ele foca nos laços pessoais entre os protagonistas e nas consequências de suas escolhas. O que não diminui a exposição dos problemas que o filme traz.

Os potenciais amorosos de Ewa também simbolizam seus possíveis caminhos na América. Bruno é a realidade brutal, onde o pouco retorno vem de humilhações físicas e psicológicas. Já Emil, através de suas apresentações, representa a ideia da realização dos sonhos, o que talvez não passe de mais uma ilusão. Mas, é interessante ver como nossa concepção dos personagens é construída e reconstruída no decorrer da trama.

O excelente trabalho do elenco, formado por três grandes nomes do cinema atual, é destacado pela belíssima fotografia em sépia que opta por planos fechados que destacam as emoções dos protagonistas, principalmente através dos belos olhos de Cotillard.

Para Gray não há pessoas boas ou ruins, somos apenas reflexos das ações que derivam ou se derivaram de decisões. Sejam elas tomadas por nós ou por outros.