Andre D do C | 14 de setembro de 2014

Cinema em 3D | Toy Story 3

Mudanças e avanços tecnológicos no cinema são como mamilos. Se ao mudar da película para o digital, muitos nostágicos já reclamavam que a imagem nas telonas havia perdido uma certa “profundidade”; agora, com a inserção do 3D em qualquer blockbuster meia boca, a “profundidade” da nova tecnologia está longe de ser unanimidade entre o público […]

TOY STORY 3

Mudanças e avanços tecnológicos no cinema são como mamilos. Se ao mudar da película para o digital, muitos nostágicos já reclamavam que a imagem nas telonas havia perdido uma certa “profundidade”; agora, com a inserção do 3D em qualquer blockbuster meia boca, a “profundidade” da nova tecnologia está longe de ser unanimidade entre o público e a crítica das telonas.

Pra você que, como eu, também não é muito fã da sobreposição de imagens, acha os óculos desconfortáveis e fica incomodado de não poder mexer muito o pescoço durante duas horas, sessão em 3-D não é pra qualquer filme! E dentre tantos os que recorrem ao recurso simplesmente para vender ingressos sob o slogan de um espetáculo pirotécnico, escolher de fato um bom uso dessa ferramenta é fundamental.

E felizmente a Pixar existe e, por sua vez, Toy Story também. Em seu terceiro volume, a trilogia que já havia sido revolucionária no uso da computação gráfica, inaugura o uso do 3-D estereoscópico. O filme foi totalmente pensado nesse formato, portanto é ideal na hora de escolher sua sessão para o filme.

Mas quem já teme uma reprise sofisticada do que tínhamos no parque da Mônica, em que a tridimensionalidade é usada para ficar apontando e jogando coisas em direção ao público, pode ficar tranquilo. A produtora, que é conhecida por fazer desenvolver temas infantis de maneira nada “infantilizada”, utiliza a sobreposição de imagens de maneira discreta, e mais para aumentar a sensação de profundidade dos frames.

As cenas de mais ação, mesmo claramente não tendo sido desenhadas de modo a servir à tridimensionalidade, são favorecidas. A cena da fuga de Woody é uma delas. Mas as que são mais beneficiadas – aí um toque de gênio na inserção desse recurso no filme – são as cenas mais lúdicas que incluem as brincadeiras com as crianças. Sejam as crianças diabólicas ou com Andy e Bonnie na emocionante cena final.

Já para quem, seja qualquer filme, ainda antecipa uma sessão em 3-D com uma certa preguiça, o 3-D neste filme é somente um acessório, que pode ser dispensado sem afetar a qualidade da experiência. E não é isso que procuramos de qualquer maneira?