Henrique Balbi | 27 de agosto de 2014

cine amor: Sem final feliz

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2014/08/closer.jpg”] Acho que quando somos novos e não compreendemos direito os dilemas da vida, tornamos mentalmente impossível a concepção de um filme de amor sem final feliz. E por final feliz, aqui, não entendemos necessariamente uma tragédia; do tipo “mocinho tem uma doença e morre e não consegue ficar com a sua amada”. O […]

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2014/08/closer.jpg”]

Acho que quando somos novos e não compreendemos direito os dilemas da vida, tornamos mentalmente impossível a concepção de um filme de amor sem final feliz. E por final feliz, aqui, não entendemos necessariamente uma tragédia; do tipo “mocinho tem uma doença e morre e não consegue ficar com a sua amada”. O que quero dizer é aquele final em que o amor não persiste por consentimento ou, simplesmente, por egoísmo.

Alguns filmes exploram esta temática e dividem sentimentos e idealismos de seus espectadores. Um dos melhores exemplos talvez seja “Closer, perto demais”, que explora as traições e mentiras de um quarteto amoroso ao mesmo tempo em que nos mostra as dificuldades de amar em tempos de individualismo e exposição. Closer, por fim, não é um filme de amor propriamente dito, por mais que retrate alguns dos relacionamentos atuais.

Outro filme sem final feliz é “500 Dias com Ela”, em que Tom e Summer passam apenas 500 dias juntos (apesar de os últimos dias não terem sido lá essas coisas!). No filme, Tom ama mais que Summer – e Summer o deixa porque se dá conta de uma coisa muito simples, que reproduzo aqui em uma das falas do filme:

Summer – É que eu acordei um dia e eu soube.

Tom – Soube o que?

Summer – Que com você eu nunca tive certeza.

Doí, não?

E aproveitando as falas dos filmes finalizo este texto com uma fala do próprio Closer, de que já falamos aqui, e que diz muito sobre os relacionamos: “Ninguém te amará tanto como eu. Porque amor não é suficiente”.
A reflexão explorada por este nicho do cinema romântico vale muito a pena ser feita. E sabe por quê? Porque por mais que o próprio cinema insista, nem tudo são flores – e nós vivemos a vida real, aquela de fora das telonas.