Cassia Alves | 25 de agosto de 2014

cine sexo: Vendo “Sex Tape” pelo ângulo certo

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2014/08/Sex-tape.jpg”] Uma das principais estreias do último fim de semana nos cinemas brasileiro foi a comédia “Sex tape: perdido na nuvem”. Na trama, Cameron Diaz e Jason Segel vivem um casal que se ressente de fazer pouco sexo. A responsabilidade com as crianças, a falta de tempo, o cansaço opressivo e outras tantas interjeições […]

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2014/08/Sex-tape.jpg”]

Uma das principais estreias do último fim de semana nos cinemas brasileiro foi a comédia “Sex tape: perdido na nuvem”. Na trama, Cameron Diaz e Jason Segel vivem um casal que se ressente de fazer pouco sexo. A responsabilidade com as crianças, a falta de tempo, o cansaço opressivo e outras tantas interjeições da vida moderna se impõem sobre o desejo do casal. Uma bela noite, sem as crianças por perto, eles resolvem se entregar a esse desejo tão negligenciado. Apenas para descobrir que não são exatamente os mesmos de 10 anos atrás. Eles então resolvem fazer um vídeo deles transando como forma de incrementar o tesão. Só que o tal vídeo, por um conjunto de infelicidades, acaba na nuvem e sincronizado com todos os tablets de conhecidos do casal.

A sinopse acima deixa transparecer a bobagem que é “Sex tape”. O filme vale uma ida ao cinema? Talvez não, mas “Sex tape” é, paradoxalmente, uma boa notícia no cinema americano. A bilheteria no mercado americano não foi exatamente entusiasmante, mas com o desempenho no mercado internacional, o filme deve ao menos se pagar. A boa notícia, para você que divaga, não está aí.

Está no fato de que “Sex tape” é um filme muito mais apimentado do que precisaria ser. E por apimentado aventam-se cenas de nudez, sugestão de sexo e outras escalas relacionadas ao tema. Cameron Diaz jamais havia exibido tanto seu corpo em um filme. Toda a indústria do pornô que move a web são satirizadas nas cena potencialmente mais engraçada do filme.

Não nos enganemos, “Sex tape” ainda é um produto conservador. Ele só existe para afirmação de valores caros ao americano médio, como família, monogamia e etc. No entanto, a forma como “Sex tape” se desenvolve sugere que o público adulto pode estar na iminência de receber um tipo de entretenimento mais condizente com sua maturidade. Falar sobre sexo, pensar em sexo, fazer sexo, afinal, são características indissociáveis da vida adulta. Essa representação, ainda que disforme e bem aquém de sua concepção ideal, estava ausente do cinemão americano. Aquele que deseja ocupar o espaço e a agenda dos blockbusters. Como reiteradas vezes essa coluna sublinhou.

Infelizmente, por ser um filme totalmente descartável e por não arrebanhar grandes sobressaltos nas bilheterias, os efeitos proporcionados pelo filme devem beirar a nulidade. Pairam sobre o aguardadíssimo “50 tons de cinza” as esperanças de que o cinemão americano finalmente perca a vergonha na cara.