Raphael Camacho | 6 de junho de 2014

cine nerd – Godzilla (2014)

  “The arrogance of men is thinking nature is in their control and not the other way around. Let them fight”. – Dr. Serizawa (Ken Watanabe) Olá Nerds! Essa semana vamos falar do ressurgimento do Rei dos Monstros no cinema: Godzilla (2014) No aniversário de 60 anos do grande monstro radioativo, nascido em 1954 no […]

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“The arrogance of men is thinking nature is in their control and not the other way around. Let them fight”. – Dr. Serizawa (Ken Watanabe)

Olá Nerds!

Essa semana vamos falar do ressurgimento do Rei dos Monstros no cinema: Godzilla (2014)

No aniversário de 60 anos do grande monstro radioativo, nascido em 1954 no cinema japonês, a Legendary Pictures e a Warner reviveram o clássico do cinema. Com direção de Gareth Edwards (Monstros, 2010) e elenco formado por Juliette Binoche, Bryan Cranston,Sally Hawkins, David Strathairn, Ken Watanabe,Elizabeth Olsen e Aaron Taylor-Johnson, podemos finalmente ver o Rei dos Monstros de volta a tela com o respeito que ele merece (desculpa ai Godzilla de 1998, vc é uma bosta!).

Todo o elenco principal foi escolhido de primeira pela diretor, que ficou encantado com a escolha final. Juliette Binoche, que faz a mãe do herói Ford Brody (Taylor-Johnson), foi convencida a participar após receber uma “linda carta” de Edwards. Sally Hawkins nunca se imaginou em um filme como este, mas como Edwards é um “diretor de atores”, ela viu que ele preferia um grande performer a uma grande aparência em tela, e assim ganhou o papel.

Gareth Edwards descreve Godzilla como uma espécie de anti-herói, uma representação das forças da natureza. Isso é a base do filme: Homem versus a Natureza. A aparência do monstro é coberta de cicatrizes, inspirado no design original onde tais amrcas representavam as vítimas das bombas nucleares de Hiroshima e Nagazaki, marcando o caráter “nuclear” de Godzilla.

Com mais de 100 metros, uma cauda de 152m, 89 barbatanas dorsais e um rugido que pode ser ouvido à quase 5km, este é o maior Godzilla de toda a franquia. Seu modelo 3D é composto de 500.000 polígonos e ocupa 327 cenas de efeitos especiais de todas as 960 do filme. Os engenheiros de som pegaram a gravação original do Godzilla da Toho Studios (detentora até hoje dos direitos do monstro) de 1954 e remixaram para um som mais natural e orgânico, testando seu rugido em um speaker de 4x5m com milhares de watts de potência. O design final de Godzilla foi inspirado pelo clássico de 1954 e suas continuações, e misturado com a força e imponência de Ursos e Dragões de Komodo.

Mas o respeito às origens e a imponência do novo monstro não foram suficientes para os fãs japoneses, que começaram a reclamar sobre a silhueta “muito gorda” de Godzilla. Fãs americanos então começaram uma campanha contra a difamação da gordura, e o assunto virou motivo de piada entre o elenco nas entrevistas pelo mundo a fora.

Bryan Cranston (O eterno Walther White de Breaking Bad, 2008-2013) afirmar que o Godzilla de Gareth Edwards é grandemente influenciado por Tubarão (1975), onde o monstro não é mostrado imediatamente, mas vai-se construindo toda uma tensão para sua aparição, criando uma presença aterradora durante o filme. A primeira versão do roteiro mostraria Godzilla sendo encontrado em uma geleira na sibéria, mas a ideia foi abandonada quando O Homem de Aço (2013) usou do mesmo expediente.

Andy Serkis, conhecido pelo seu grande trabalho em captura de movimentos na trilogia d’O Senhor dos Anéis, foi consultor criativo do filme, encarregado da captura de movimento dos monstros para que sua “alma” fosse mantida e aprimorada.

O filme é cheio de referências aos 60 anos de estória de Godzilla no cinema: Na classe do jovem Ford, podemos ver um pteranodonte vermelho (referência a Rodan! O Monstro do Espaço – 1956) e um esqueleto de dinossauro semelhante ao Godzilla de 1954; quando os Brody retornam a sua casa na área isolada japonesa, um terrário pode ser visto com uma etiqueta “moth” seguida de uma impressão no vidro “RA”, referência ao monstro de Mothra, a Deusa Selvagem (1961).

Na cena de abertura com Ken Watanabe como o Dr. Ishiro Serizawa, ele está vestido exatamente como o diretor de efeitos especiais Eiji Tsuburaya, responsável pela criação do Godzilla original, costumava se vestir ao ir para o trabalho na Toho do Japão. A organização Monarch, a qual o personagem pertence, é nomeada pela Borboleta Monarca e seu símbolo é semelhante a uma borboleta com as asas abertas.

Cuidado! A partir daqui alguns SPOILERS!

Muitas das cenas no trailer do filme foram editadas para retirar os MUTOs, os verdadeiros vilões do filme, e mostrar apenas Godzilla em meio a destruição.

No porta-aviões militar encaregado de perseguir o Godzilla enquanto ele vai atrás dos MUTOs, as telas mostram as posições dos monstros e onde a trajetória de Godzilla é mostrada, ele está nomeado como “Gojira”, uma homenagem à sua denominação original em Japonês.

Gareth Edwards diz que seu Godzilla é inspirado em O Último dos Samurais (2003), onde um guerreiro ancião, último da sua espécie, solitário e afastado, se vê forçado a retornar à atividade para “consertar as coisas”.

Uma curiosidade final: O noticiário ao final do filme, mostrando a recuperação e retorno ao mar de Godzilla, mostra na legenda abaixo “O Rei dos Monstros”. Uma referência à versão americana do filme original, Godzilla: O Monstro do Mar (Godzilla, King of the Monsters – 1956), reeditado alguns anos depois do lançamento original.

Até a próxima com mais Cine Nerd!