Ricardo F. Santos | 9 de março de 2014

Decepção | A Hora do Pesadelo

Exemplos recentes em Hollywood mostraram que não se pode confiar em remakes (ou reboots) de personagens clássicos do terror. Sendo fã incondicional do maníaco Freddy Krueger, genial criação do outrora criativo Wes Craven em 1984 que atacava adolescentes promíscuos das maneiras mais inventivas e bizarras possíveis dentro de seus sonhos, fiquei muito empolgado com a […]

Exemplos recentes em Hollywood mostraram que não se pode confiar em remakes (ou reboots) de personagens clássicos do terror. Sendo fã incondicional do maníaco Freddy Krueger, genial criação do outrora criativo Wes Craven em 1984 que atacava adolescentes promíscuos das maneiras mais inventivas e bizarras possíveis dentro de seus sonhos, fiquei muito empolgado com a ideia de um remake sério e que recuperasse o status assustador de Kruger.

Porque ao longo de sua duradoura franquia (foram 7 filmes, mais o embate com Jason Voorhes em 2003), Freddy Krueger se transformou em um palhaço (sádico, mas ainda assim) e o diretor estreante Samuel Bayer prometia tratá-lo com dignidade em seu remake de 2010. A começar pela contratação de Jackie Earle Haley para substituir Robert Englund na pele queimada do assassino, excelente ator indicado ao Oscar e também dono de uma fisionomia perfeita para o personagem. Alie a notícia com o fantástico teaser trailer lançado em 2009 e a expectativa estava formada.

E no fim, Haley foi o único elemento que prestou. Bayer se revelou um diretor sem ritmo ou competência para o gênero (quantos filmes ele dirigiu depois? Ah é, nenhum), o elenco jovem se revela péssimo até mesmo para os padrões do gênero (curiosamente a talentosa Rooney Mara estava lá) e o roteiro de Wesley Strick e Eric Heisserer, preocupado demais com o realismo, dispensou completamente as brilhantes habilidades de Krueger dentro dos sonhos – limitando o personagem a um mero vilão genérico com um visual bacana. Claro que a bizarrice vista na franquia (que já incluiu até marionetes gigantes e motos assassinas) não se encaixaria com o tom do filme, mas era de se esperar um pouco de imaginação.

No fim, A Hora do Pesadelo foi condenado pelos críticos em uma reprovação quase que universal, mas rendeu um bom dinheiro para a Warner Bros e New Line Cinema. Mesmo com a decepção, eu ainda tenho esperanças em um retorno decente de Freddy Krueger aos cinemas. O personagem é bom demais para ficar afastado.