Paola Marques | 8 de março de 2014

Filmes pra comemorar o Dia Internacional da Mulher

E hoje é o dia delas. E pensamos muito em como as homenagear. Pedir pros meninos da nossa redação? Ou pedir que as meninas indiquem os filmes que as representem. Depois de muito pensar chegamos a isso: filmes em que as mulheres são, com o perdão da palavra, FODAS. Aqui quem manda são elas. Aqui […]

E hoje é o dia delas. E pensamos muito em como as homenagear. Pedir pros meninos da nossa redação? Ou pedir que as meninas indiquem os filmes que as representem. Depois de muito pensar chegamos a isso: filmes em que as mulheres são, com o perdão da palavra, FODAS. Aqui quem manda são elas. Aqui as vontades delas existem. E não precisa necessariamente ser uma workaholic ou uma chuta-bundas. Pode ser uma mulher segura de si mas que tenha uma vida bem prosaica. Esperamos que gostem da nossa seleção. E parabéns para vocês! =)

Caramel


Obra prima do cinema libanês. Aborda o conflito ocidente/oriente em uma Beirute vista desde um salão de beleza, cuja perspectiva é o cotidiano de cinco mulheres. Em si, o filme prestaria justa homenagem ao tema, mas entre as protagonistas – e seus arquétipos universais – é no papel de Layal (Nadine Labaki – que dirige e atua) que a mulher tem mais potência.
Layal é uma libanesa moderna, independente, que vive do próprio trabalho em seu salão de beleza. Ao mesmo tempo é exuberante, feminina, terna e está terrivelmente comprometida a seu papel de amante. Como ela mesma diz “sua vida esta sempre dependendo de uma buzina” – o tempo que ela rouba de outra mulher, em segredo. Ver suas cenas pintando as unhas, sorrindo, os olhos profundos… É impossível não se apaixonar, mas mesmo assim há outra, oculta, e que “ele” é incapaz de largar.
Por Gustavo Westin

Jasmine em Blue Jasmine

Woody Allen tem o costume de criar grandes personagens femininas. Tem o costume de brindar grandes atrizes com o papel de suas carreiras. Difícil dizer, ainda que possível imaginar, que Cate Blanchett defenderá personagem tão apaixonante e complexa como Jasmine, a dondoca que depois do marido ser preso por fraude fiscal precisa se mudar de Nova Iorque para São Francisco e se reinventar. A pobreza é um infortúnio para o ex-rico e Cate Blanchett sublinha isso com graciosidade e pavor em medidas falsamente proporcionais, mas incrivelmente verdadeiras. A personagem dignifica a intérprete e a atriz humaniza uma personagem que reúne todos os elementos para provocar antipatia, mas conquista nossa compaixão. Jasmine é uma mulher de seu tempo e uma mulher que carrega todas as mulheres em sua alma.
Por Reinaldo Glioche

Lisbeth Salander na trilogia Millenium

Eis uma personagem feminina tão forte, mas tão forte que não só roubou o filme, e a trilogia, da qual não é protagonista, como se inseriu no âmago da cultura pop. Referência de um cyberativismo que ainda está para alcançar seu pico, Lisbeth – vivida pelas atrizes Noomi Rapace e Rooney Mara nas versões sueca e americana – é bissexual, passivo-agressiva e extremamente cativante com sua linguagem corporal acelerada.
É uma mulher que paira sobre rótulos e instiga o espectador justamente por essa qualidade tão rara e fortuita.
Por Reinaldo Glioche

Quadrilogia Alien

Falar de mulher forte no cinema é falar da Tenente Ellen Ripley (Sigourney Weaver) a heroína trágica da franquia Alien. Como uma técnica de pilotagem na primeira aventura de 1979, Ripley e a tripulação da Nostromo encontram ovos de uma raça alienígena desconhecida e quando um desses terríveis alienígenas fica a solta entre a tripulação, somente a força e inteligência de Ripley faz com que ela seja a única sobrevivente do massacre. Nas próximas duas aventuras, Ripley encara novamente os demoníacos Xenomorfos, com muita perspicácia e uma surpreendente capacidade de sobrevivência, mostrando que ser mulher é ser o sexo forte! No quarto filme, Ripley é a predadora perfeita, uma mistura de raças que faz com que ela seja um inimigo imbatível aos Aliens, vale a pena conferir.
Por Igor Appolinário

Volver

Almodovariano até o último frame, esse filme gira em torno de duas mães distintas, cada uma com um estilo muito diferente, mas que agiram em prol de um bem maior. O primeiro caso é da sempre maravilhosa Penélope Cruz, que protege a filha por ter cometido um fortuito (ou pelo menos assim é tratado no filme) assassinato. Linda, forte como só as mulheres espanholas sabem ser, viva e cativante. E flamenca, é claro! O segundo caso, não menos importante, é o da própria mãe de Penélope no filme, interpretada por Carmen Maura – sua história pessoal é hilária e divertida.
Por Maira Giosa

As Pontes de Madison

Que Meryl Streep é uma das melhores atrizes do mundo, todos sabemos. Nesse filme, dirigido por Clint Eastwood, ela faz o papel de uma boa mãe que tem sua pacata vida no condado de Madison virada do avesso pela chegada de um fotógrafo gato e sedutor. Com a missão de levá-lo para conhecer a famosa ponte da região, os dois criam um laço romântico eterno. A história fica realmente linda quando Meryl decide que não abandonará o marido e os filhos por esse romance – que no fim das contas não foi só uma coisa passageira, pois durou muito tempo. A família veio antes em suas prioridades. De chorar até morrer.
Por Maira Giosa

Jogos Vorazes

Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) é uma garota corajosa e audaciosa, mas que consegue manter uma graciosidade típica feminina. Ambientada em um futuro onde distritos reúnem jovens anualmente para lutarem até a morte, Katniss mostra exatamente o que a mulher moderna se propõe a ser: protagonista de sua própria história. Ao proteger a família, acaba sendo obrigada a lutar contra oponentes mais fortes do que ela. Mas seu amor, instinto, estratégia e determinação não apenas a transformam numa vencedora, como também em um exemplo a ser seguido. Mais do que mostrar a força da mulher, Katniss comprova que a mulher moderna não é apenas uma coadjuvante nos processos revolucionários de sua história.
Por Márcio Salles

Hermione Granger

O que seria do bruxo Harry sem a adorável Hermione Granger (Emma Watson)? Filha de pais “trouxas”, ela luta pelo respeito dos colegas de escola enquanto guia seus amigos em suas diversas aventuras. Curiosa, devora livros e estuda para ser a melhor em tudo que ela faz. A única coisa que supera sua inquestionável inteligência é a sua coragem. Hermione é, por fim, a imagem perfeita de uma mulher bem informada, versátil e decidida: madura, mesmo sendo brincalhona – e insegura, mesmo sendo incisiva. E se um dia você se sentir acuada, lembre-se sempre: o que Hermione faria no meu lugar?
Por Márcio salles

Gloria

Ela canta sozinha no carro, experimenta maconha (e gosta!), dança em bailes da terceira idade e vez ou outra leva um senhor bonitão pra dar uns amassos em casa. Aos 50 e poucos anos, Glória é separada há uma década e vive solitária em Santiago, no Chile. Mas é uma solidão consciente: ela está bem resolvida assim e curte sua individualidade. Interpretada brilhantemente pela atriz Paulina García, o papel da protagonista do filme “Glória” rendeu um Urso de Prata no Festival de Berlim em 2013. Não à toa: Paulina é o filme. A chilena consegue expressar os conflitos daquela mulher de meia-idade, que conhece uma pessoa por quem se apaixona e projeta um recomeço a dois, e ao mesmo tempo sabe que estava muito bem sozinha – e para sair desse conforto tem que valer muito a pena. Glória ensina, com força e sutileza, que Tom Jobim estava errado quando disse que “é impossível ser feliz sozinho” (apesar de “Águas de Março” fazer parte da trilha do filme).
Por Victor Gouvêa

Jane Austen

Jane Austen? Literatura? Século XIX? Pois saibam que a aristocracia britânica tem uma representante peso-pesado entre as maiores expoentes femininas (também) do cinema. Sagaz, charmosa e bem-humorada, a personagem do romance, que é considerado o mais importante de toda a literatura britânica, segundo enquete realizada no país, ficou conhecida também pelos seus comentários afiados nas telonas. Além de séries na TV, ela ganhou vida em 2005 na pele de Keira Knightley, na adaptação de Edgar Wright para o cinema, que chegou a concorrer a vários prêmios. Não bastando, ela também serviu de inspiração para a personagem ícone dos dias atuais, Bridget Jones, que passa por dramas amorosos semelhantes. Mas quem pensa que o original Orgulho e Preconceito é só mais uma história de amor clássica, prelúdio das comédias românticas de hoje em dia, se engana! Além de consagrar uma das personagens mais complexas da literatura, Jane Austen comprova, desde o século XIX, aquilo que Cate Blanchett disse recentemente em seu discurso no Oscar: histórias centradas em mulheres não são para “nichos” e que podem até (pasmem!) fazer sucesso!!
Por Juliana Penna

Erin Brockovich – Uma Mulher de Talento

O ano é 1993. Erin é uma mãe solteira desempregada que começa a trabalhar em um escritório de advocacia e se depara com o caso de uma empresa de gás natural que quer comprar a casa de Donna Jensen, uma senhora californiana. Observando os documentos e conversando com os moradores do bairro, Erin descobre que Donna e vários outros moradores tiveram tumores e alterações genéticas por causa da contaminação da água por um composto químico cancerígeno. É então que ela encabeça uma batalha jurídica para que a empresa pague pelo mal que fez à pessoas e por ter escondido a gravidade do problema.

Se a jornada real da hoje ativista ambiental Erin Brockovich já tinha um quê cinematográfico, tudo ficou ainda maior ao ganhar as telonas com Julia Roberts à frente do elenco e abocanhar o prêmio de Melhor Atriz no Oscar de 2001. Um filme sobre a força de uma mulher batalhadora que tem tudo a ver com o Dia Internacional da Mulher.
Por Will Poliveri