Reinaldo Glioche | 8 de outubro de 2013

made for TV: Political Animals

Quando estreou em 2012, Political Animals não me chamou muita atenção. Uma minissérie do canal USA Network (responsável por White Collar, por exemplo) sobre a política americana – algo que normalmente não me interessaria muito. Assim que encerrou, houveram boatos de que haveria uma segunda temporada. Acabou que isso não aconteceu. No final foi bom, porque se tivesse […]

Political Animals

Quando estreou em 2012, Political Animals não me chamou muita atenção. Uma minissérie do canal USA Network (responsável por White Collar, por exemplo) sobre a política americana – algo que normalmente não me interessaria muito. Assim que encerrou, houveram boatos de que haveria uma segunda temporada. Acabou que isso não aconteceu. No final foi bom, porque se tivesse mais do que uma temporada eu não poderia comentar aqui.

A história é sobre uma família envolvida com a política americana. Elaine Barrish (interpretada pela querida Sigourney Weaver, que tem desperdiçado seu talento por aí) é ex-mulher de Bud Hamond (Ciáran Hinds, quase irreconhecível), ex-presidente dos Estados Unidos que se envolveu em alguns escândalos sexuais. Apesar de girar em torno da vida de Elaine, agora uma ex-primeira-dama divorciada e atual Secretária de Estado, a minissérie tenta dividir bem o tempo de tela entre seus personagens. Cada membro da família tem uma plot própria, talvez por ser na realidade a história da família ou talvez porque seja uma despressurização política; fica aí essa dúvida.

Um dos aspectos narrativos são os tradicionais flashbacks. De momento em momento, há algum flashback explicativo. Fica chato. Flashbacks são chatos e repletos de didática. Pelo menos as histórias apresentadas, tanto no passado como no presente, são interessantes. A plot central, isto é, a história de Elaine, por algumas vezes é forçada. Muitas vezes há situações que acontecem para valorizar a importância e nobreza da personagem, tanto na narrativa quanto na própria história em si. A personagem comete alguns atos heróicos, inclusive, enquanto acompanhamos também o lado mãe da Secretária de Estado, que tem dois filhos gêmeos: Douglas (James Wolk, o irritante Bob Benson de Mad Men), que irá se noivar em breve com a bulímica  Anne (Brittany Ishibashi) e T.J. (Sebastian Stan, o Bucky Barnes do péssimo Capitão América) o filho gay problemático que quer abrir uma boate – o completo oposto do irmão, que inclusive trabalha para a mãe. T.J. também é muito ligado à avó Margaret (Ellen Burstyn, de O Exorcista e Réquiem Para um Sonho), uma alcoólatra em potencial com muita vivência. Já Carla Gugino (de Watchmen) é Susan Berg, uma jornalista obcecada com a família Hammod. Com Susan, a minissérie tenta abordar o mundo jornalístico de Washington, talvez de forma muito ideológica, exibindo um discurso a respeito do profissional ético e moralista – o modelo ideal de jornalista, digamos. No papel do presidente dos Estados Unidos temos Adrian Pasdar, o Nathan Petrelli de Heroes.

A minissérie tem 6 episódios ao todo. Se vale a pena assistir? Só se você quiser muito. No final, o que realmente vale a pena são os atores, sempre bons e com chances de brilharem. A plot em si poderia ser enxugada, ter menos nacionalismo e claro, situações que não fossem tão forçadas, como um submarino chinês secreto preso na costa dos Estados Unidos e jornalistas americanos acusados de traição no Irã. Quer assistir a série? Pode assistir, mas não espere muita coisa. Ao menos Sigourney pode exibir seu talento, algo que ela tem feito pouco nos últimos anos. Mas se quiser algo sobre política americana escolha a tão falada The West Wing ou, quem sabe Game Change, já falado aqui na coluna.