Eric P Sukys | 26 de maio de 2013

Mulheres que Amamos – Helena Bonham Carter

Mais vale uma coadjuvante na mão do que duas protagonistas voando. É o mantra que guia a carreira de Helena Bonham Carter, seja por opção dela ou de quem a contrata. A atriz britânica tem um radar para bons papéis, responsáveis por torná-la inconfundível. Nasceu em Londres em 1966 e completa em 2013 trinta anos de carreira. […]

Mais vale uma coadjuvante na mão do que duas protagonistas voando. É o mantra que guia a carreira de Helena Bonham Carter, seja por opção dela ou de quem a contrata. A atriz britânica tem um radar para bons papéis, responsáveis por torná-la inconfundível.

Nasceu em Londres em 1966 e completa em 2013 trinta anos de carreira. Filha de um banqueiro e uma psicoterapeuta, parentes notáveis incluem um avô diplomata que ajudou a salvar milhares de judeus na Segunda Guerra, um tio-avô diretor de cinema, que adaptou A Importância de Ser Honesto, de Oscar Wilde, e um bisavô que foi Primeiro Ministro, de 1908 a 1916. É uma prima distante de Catherine, duquesa de Cambridge e a esposa do príncipe William (Kate, pros íntimos).

Sua estreia foi num filme para TV adaptado de A Pattern of Roses (1983), livro infantil inglês. Logo depois, fez a personagem principal de Lady Jane, um romance que se passa na realeza britânica, no século XVI. Adequado para quem tem entre os antepassados diversos barões e políticos influentes.

É nessa classe social de personagens que Bonham Carter desponta, ao estrelar Asas do Amor (1997), de Iain Softley. No drama sobre a alta sociedade inglesa, a atriz faz uma mulher cuja relação tempestuosa com o pai, viciado em ópio, e um jornalista, por quem se apaixona, impedem sua tia de arranjar-lhe um bom casamento. Baseado num romance de Henry James, o filme rendeu à atriz sua primeira indicação ao Oscar, além de prêmios como Melhor Atriz por críticos de Chicago, Boston, Dallas, Toronto e Los Angeles, entre outros.

Uma vez famosa, a atriz opta por destoar das personagens que fizeram sua fama. Ela encarna mulheres como a noiva cadáver do filme de mesmo nome, de Tim Burton, Marla Singer, junkie, suicida e intrigante interesse amoroso de Brad Pitt em Clube da Luta (1999), de David Fincher, e a vilã Bellatrix Lestrange, na saga Harry Potter.

A fonte da maior parte dos papéis excêntricos que alimentam Helena Bonham Carter é o marido, o diretor Tim Burton, que a escala constantemente. Ambos se conheceram nas filmagens de Planeta dos Macacos, em 2001, em que a atriz faz Ari, a chimpanzé que talvez
seja a única coisa boa do remake.

Dirigida por Burton, ela ainda esteve em Peixe Grande e suas Histórias Maravilhosas (2003), A Fantástica Fábrica de Chocolates (2005), Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet (2007), Alice no País das Maravilhas (2010) e Sombras da Noite (2012) – aqui, ela também é a única coisa boa do filme, como uma psiquiatra –, ou seja, praticamente tudo que o marido dirigiu nos últimos dez anos.

Saudosa do início de carreira, Helena Bonham Carter voltou à realeza britânica ao fazer a Rainha Elizabeth em O Discurso do Rei (2010), de Tom Hooper, contracenando com Colin Firth. Pelo trabalho, ela ganhou um Bafta, um prêmio do American Film Institute, um SAG Awards e uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz.

A parceria entre a atriz e Hooper se manteve, com a participação de Bonham Carter em Os Miseráveis, como a esposa de Sascha Baron Cohen. O casal é responsável pelas cenas mais memoráveis do filme, que comprova a competência da atriz cantando.

Helena Bonham Carter tem sido cada vez mais reconhecida pelo trabalho excelente. O jornal The Times elegeu-a como uma das dez melhores atrizes britânicas de todos os tempos. Não surpreende quem tenha visto a delicadeza com que faz a mulher apaixonada por Ewan McGregor em Peixe Grande e suas Histórias Maravilhosas, a elegância junkie de Marla Singer ou a violência da vilã de Harry Potter.