Jaqueline Oliveira | 26 de fevereiro de 2013

Senta que lá vem… “Millennium”

Um filme pode começar de muitos jeitos: com os créditos do elenco e equipe técnica (as chamadas opening credits) ou apenas com uma sequência em que é mostrado o nome do filme (a opening title). Nos últimos tempos, muitos cineastas optaram por não usar opening nenhuma e começar o filme direto, deixando os nomes do filme e da equipe apenas […]

Um filme pode começar de muitos jeitos: com os créditos do elenco e equipe técnica (as chamadas opening credits) ou apenas com uma sequência em que é mostrado o nome do filme (a opening title). Nos últimos tempos, muitos cineastas optaram por não usar opening nenhuma e começar o filme direto, deixando os nomes do filme e da equipe apenas no final. Não importa a forma escolhida, a intenção é sempre a mesma: prender você na tela desde o primeiro segundo e preparar o público para o que vem nas duas horas seguintes.

A partir de hoje, aqui na coluna “Senta que lá vem…”, nós vamos trazer aberturas que cumprem bem esse papel. E, pra começar, a gente revê a abertura da versão americana de “Millennium – Os homens que não amavam as mulheres”, do diretor David Fincher, lançada em 2011.

Millennium

Criada em computação gráfica pelo Blur Studio, o trabalho se inspirou em diversos elementos dos três livros que compõem a trilogia Millennium, escrita pelo jornalista sueco Stieg Larsson. Uma aposta bastante ambiciosa, uma vez que o significado da abertura só estaria completo quando os outros dois filmes também fossem lançados (a previsão inicial era de que o segundo filme chegaria aos cinemas em dezembro deste ano, mas a Sony Pictures adiou o projeto por tempo indeterminado).

Como Fincher já possuía a vontade de adaptar os demais livros, ele e o estúdio gráfico selecionaram cinquenta momentos primordiais da trilogia. Destes, vinte e seis se transformaram em imagens violentas, sombrias e desconcertantes, unidas por um líquido negro que imobiliza tudo que toca. Um conjunto perturbador que introduz o espectador ao mundo pesado e angustiante dos protagonistas Lisbeth Salander e Mikael Blomkvist.

Além das imagens, a trilha sonora também tem papel importante no efeito que a abertura produz. A escolhida foi a música “Immigrant Song”, do Led Zeppelin, que ganhou um cover mais acelerado e heavy metal nas mãos de Karen O. e Trent Reznor (o vocalista da banda Nine Inch Nails). Foi o próprio diretor David Fincher quem sugeriu a música após ouvi-la no set de filmagem do filme, na Suécia.

Preparado?

Tive a prova do poder avassalador desta abertura na sessão em que fui assistir ao filme no cinema. Muitas pessoas saíram da sala ainda nos créditos iniciais, o que, no final das contas, deve ter sido a melhor decisão, pois não acredito que teriam resistido a outras cenas pesadas do filme (sem spoilers!). Eu, que permaneci na sala, fiquei totalmente desorientado depois da abertura e sem saber de que lado viria a próxima pancada.

Ponto para o diretor David Fincher! Criou mais uma abertura marcante para a sua filmografia!

E você? Ficou impressionado com a abertura de “Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres”?