André Sobreiro | 7 de fevereiro de 2013

Os Miseráveis – Seria Tom Hooper o cara para esse filme?

Tom Hooper não é um diretor estreante mas está bem longe de ser um veterano. São, ao todo, 15 trabalhos como diretor, entre projetos para TV e cinema.  Mas isso desde 1992. Ou seja, são 22 anos entregando 15 projetos, um ritmo bem baixo. Desse total, acumulamos oito deles apenas para a TV, até chegar […]

Tom Hooper não é um diretor estreante mas está bem longe de ser um veterano. São, ao todo, 15 trabalhos como diretor, entre projetos para TV e cinema.  Mas isso desde 1992. Ou seja, são 22 anos entregando 15 projetos, um ritmo bem baixo.

Desse total, acumulamos oito deles apenas para a TV, até chegar ao ano de 2004, com sua estreia no drama Red Dust, estrelado por Hillary Swank (por sinal, Swank, apareça! Você é boa e tá apagadinha demais). Teríamos aqui uma carreira deslanchando? Não exatamente. Os próximos cinco anos forma novamente dedicados à TV. A virada veio apenas em 2009 com Maldito Futebol Clube sobre a breve e turbulenta passagem do treinador Brian Clough peloLeeds United. O filme, apesar de elogiado, não teve um grande sucesso.

E finalmente a grande revelação. Em 20120, Tom Hooper surgiu como diretor de O Discurso do Rei, que conta a história do Rei George IV e suas dificuldades com a fala. Concorrendo com o aclamado A Rede Social, de David Fincher, e que contava a história da criação do Facebook, O Discurso do Rei se cercou de um elenco competente – Colin Firth, Helena Bonham Carter, Geoffrey Rush – e de um trabalho de época bem feito para seduzir com um filme leve e um protagonista cativante. Isso garantiu a vitória em cima de Fincher e do controverso Mark Zuckerberg, vivido por Jesse Eisenberg.

E por que agora ele já é a pessoa desse filme? Primeiro que Os Miseráveis traz os dois elementos que se destacaram em Discurso: apuro de arte e elenco de estrelas. Segundo que a história francesa é grande o bastante para se sobrepor a ego e desejos de diretores. Era preciso um nome grande, claro, mas que ainda não tivesse uma identidade construída. Ou alguém imagina Os Miseráveis nas mãos de um Spielberg ou de um Burton? Seria desastre certamente! Uma grande crítica de Hooper é sua falta de identidade. Nesse caso é uma das chaves para que ele possa se construir. E ir além.