Henrique Balbi | 14 de outubro de 2012

Ruby Sparks – A Namorada Perfeita

Lembro bem de muitos terem dito que “500 Dias com Ela” (2009) inaugurava uma nova era nas comédias românticas: aquela em que o mocinho e a mocinha simplesmente não foram feitos para ficarem juntos. Assistir “Ruby Sparks – A Namorada Perfeita”, fez com que eu me lembrasse dessa nova geração de filmes que nos fazem […]

Ruby Sparks

Lembro bem de muitos terem dito que “500 Dias com Ela” (2009) inaugurava uma nova era nas comédias românticas: aquela em que o mocinho e a mocinha simplesmente não foram feitos para ficarem juntos. Assistir “Ruby Sparks – A Namorada Perfeita”, fez com que eu me lembrasse dessa nova geração de filmes que nos fazem ver o amor de uma forma diferente.

O longa-metragem de Jonathan Dayton e Valerie Faris, diretores também do queridíssimo “Pequena Miss Sunshine” (2006), conta a história de Calvin (Paul Dano), um prodígio da literatura que acaba tendo bloqueios criativos para escrever seu segundo livro. Estimulado por uma conversa com seu terapeuta, ele acaba por passar de sua mente para o papel a mulher de seus sonhos: Ruby Sparks (Zoe Kazan).

O problema se dá quando Ruby deixa de ser apenas um personagem fictício e aparece na vida real de Calvin como sua namorada. Ela brota da noite para o dia na casa do escritor e ele acaba descobrindo que pode mudar o que quiser nela apenas adicionando mais algumas linhas sobre a garota em seu manuscrito.

O amor que se desenvolve entre Calvin e Ruby passa a ser – para nós, os mortais espectadores – uma grande metáfora (e, por que não, um grande ensinamento!). Ruby veio para nos mostrar que, assim como ela, amores platônicos não são reais. Enquanto isso, Calvin nos mostra que tentar mudar aqueles que amamos não vai fazer com que gostemos mais deles; simplesmente fará deles aquilo que eles não são. Um relacionamento feliz é aquele que Calvin teria com uma mulher de verdade, e não com o seu inconsciente – ou seja, com Ruby.

Destaca-se no filme, além dos personagens principais, Chris Messina, que interpreta o irmão de Calvin e seu único amigo. Muitos dos grandes momentos cômicos são conduzidos pelo ator e acabamos nos apegando ao personagem dele pelo carisma que demonstra em relação ao irmão. Enquanto isso, Dano e Zoe formam o perfeito casal hipster – que mais uma vez me remeteu ao filme “500 Dias com Ela”, em que o casal igualmente descolado era interpretado por Joseph Gordon-Levitt e Zooey Deschanel. Já Antonio Banderas e Annette Bening ficam com papéis secundários (padrasto e mãe de Calvin) e não fizeram grandes atuações no longa.

Apesar de um final pouco revelador, “Ruby Sparks – A Namorada Perfeita” é uma dessas comédias românticas do avesso que nos rendem boas risadas e muitos pensamentos – receita já explorada pelos diretores (e aprovadíssima!) em “Pequena Miss Sunshine”.