Raphael Camacho | 17 de agosto de 2012

cine nerd: Batman no cinema, parte 2

“And why do we fall, Bruce? So we can learn to pick ourselves up”  — Thomas Wayne, Batman Begins (2005) Olá Nerds! AVISO DE SPOILER: Vou falar livremente sobre elementos dos enredos dos filmes da trilogia Nolan, portanto cuidado para não estragar sua diversão e aprecie a coluna com moderação! Depois de falar da quadrilogia dos anos […]

Batman-Begins

And why do we fall, Bruce? So we can learn to pick ourselves up”  — Thomas Wayne, Batman Begins (2005)

Olá Nerds!

AVISO DE SPOILER: Vou falar livremente sobre elementos dos enredos dos filmes da trilogia Nolan, portanto cuidado para não estragar sua diversão e aprecie a coluna com moderação!

Depois de falar da quadrilogia dos anos 90, vamos falar do renascimento do Homem-Morcego no Cinema. Christopher Nolan, diretor aclamado por seus filmes anteriores que surpreenderam crítica e público, ficou a cargo de “renascer” o personagem no cinema, recontando sua origem.

Porém antes dele, outro diretor já se viu encarregado do mesmo. Darren Aronofsky (Fonte da Vida, 2006), com seu estilo surrealista, baseou seu roteiro na graphic novel “Batman: Ano Um”, com ajuda do autor original Frank Miller, mas nunca viu seu filme produzido. Dizem que o Estúdio Warner viu muita diferença entre roteiro e material original como passagens como Alfred sendo um mecânico negro chamado Big Al, o Batmóvel sendo feito a partir de um Lincoln Towncar equipado e Bruce Wayne um mendigo, entre outras coisas.

Assim, Nolan, David S. Goyer e o irmão do diretor, Jonathan Nolan, reescreverem o roteiro usando diversas estórias clássicas do herói como referência, nominalmente “Batman: Ano Um”, “O Longo Dia das Bruxas” e “Vitória Sombria”, que cobrem os primeiros anos de atividade do Homem-Morcego, criando assim Batman Begins (2005).

Um trunfo para a produção foi a escolha do elenco, encabeçado por Christian Bale, um ator extremamente comprometido com sua interpretação. Ele até havia sido testado para o papel de Robin em  Batman Eternamente (1995), mas acabou não sendo escolhido. Acabou vencendo atores como Jake Gyllenhaal e David Boreanaz nas audições para o papel.

Com uma estória centrada na criminalidade da máfia de Gotham e as intenções do terrorista Ra’s Al Ghul em destruir a cidade, com a ajuda do maléfico Dr. Jonathan Crane, o Espantalho. O filme foi um sucesso de público e crítica, citado como “o melhor filme de super-heróis” de toda a estória do Cinema.

Assim, Nolan conseguiu sinal verde para a produção de uma trilogia sobre o personagem, e introduziu o personagem mais caótico e carismático do cinema atual: O Coringa (Heath Ledger, único ganhador de um Oscar póstumo, por seu papel neste filme) de O Cavaleiro das Trevas (2008).

Heath Ledger entrou de cabeça no personagem. Se fechou em um hotel por seis semanas antes das gravações para estudar o personagem e cada um dos trejeitos que mostraria em cena, tentando ao máximo se distanciar da interpretação clássica de Jack Nicholson em Batman (1989). A aparência do personagem foi baseada no roqueiro punk Sid Vicious, associado aos maneirismos do personagem Alex De Large (Malcolm McDowell) de Laranja Mecânica (1971).

Inspirado nas graphic novels “A Piada Mortal” e “O Homem que Ri” e começando 6 meses após o final do filme anterior, ele traz a continuação das ações contra os gangsters e trazendo a tona o insano arqui-inimigo do Cavaleiro das Trevas, o filme foi um estrondoso sucesso, pela inesperada e bem conduzida mistura de drama, ação e estranheza causada pelo personagem de Ledger. Com Aaron Eckhart como outro inimigo icônico do universo do personagem e Maggie Gyllenhaal assumindo o papel de Rachel Dawes após a saída de Katie Holmes, o elenco principal foi fundamental para o peso e repercurssão dessa produção.

Uma nota interessante é o fato de O Procurado (2008) ter sido filmado também em Chicago, na mesma época deste filme, sendo que Morgan Freeman pode assim atuar em ambos. O escritor do original de O Procurado, Mark Millar, aproveitou a coincidência e invadiou o set de filmagem de Cavaleiro das Trevas, sendo encontrado pelos seguranças sentado no Batpod e sendo escoltado para fora.

Com muito cuidado e comprometimento com a finalização de sua trilogia e do grande universo que imaginou para Batman, Christopher Nolan levou 4 anos para escrever e produzir o genial O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012).

O filme é recheado de surpresas para os fãs do trabalho de Nolan e também para os fãs do personagem dos quadrinhos. Vemos a introdução do vilão Bane (Tom Hardy), que nos quadrinhos descobriu sozinho a identidade de Bruce Wayne e quebrou sua coluna em combate, e o retorno da Liga das Sombras, a entidade que no primeiro filme da trilogia, buscava destruir a corrupção que Gotham representava para o mundo moderno.

Incluindo os personagens de John Blake (Joseph Gordon-Levitt), policial órfão que ajuda Batman, Miranda Tate (Marrion Cottiliard), milionária que faz parte da diretoria da Wayne Enterprises e Selina Kyle (Anne Hathaway), a ladra Mulher-Gato que busca uma forma de deixar seu passado para trás. A trama traz Gotham e seu limite, criando um caos inimaginável para a população e quase extermínio da cidade.

A grande surpresa fica por conta do momento “eureca” quando todas peças, de todos os filmes, caem juntas e se encaixam, mostrando que a Trilogia Nolan é um grande filme dividido em três parte: Talia al Ghul, filha do vilão do primeiro filme, traz a Liga das Sombras e seu guarda-costa Bane de volta à Gotham para terminar o trabalho de seu pai e se vingar de Batman por sua morte.

A conclusão da saga, que na opinião deste colunista, termina perfeitamente a visão que o diretor tomou do personagem desde o princípio, e fará qualquer espectador sentir saudade desse universo realista e fatalista criado em torno da lenda que se tornou o Homem-Morcego.

A partir de 2013 com O Homem de Aço, o reinício da saga do Super-homem no cinema, o Universo DC será reiniciado e provavelmente teremos outro filme de origem de Batman, com um provável investimento em um filme da Liga da Justiça. Infelizmente, nenhum novo filme alcançará a grandeza dessa que, certamente, é a maior trilogia já feita para um super-herói no cinema.

Até semana que vem com mais Cinema Nerd aqui no Salada de Cinema!