Raphael Camacho | 13 de abril de 2012

cine nerd: Monty Python em Busca do Cálice Sagrado

“- What… is the air-speed velocity of an unladen swallow? – What do you mean? An African or European swallow? ”. Olá Nerds! Hoje vamos falar de uma mega comédia Nerd: Monty Python em Busca do Cálice Sagrado (Monty Python and the Holy Grail – 1975)! Vindo da trupe genial do Monty Python (Graham Chapman, […]

Monty-Python-em-Busca-do-Cálice-Sagrado

“- What… is the air-speed velocity of an unladen swallow?

– What do you mean? An African or European swallow? ”.

Olá Nerds!

Hoje vamos falar de uma mega comédia Nerd: Monty Python em Busca do Cálice Sagrado (Monty Python and the Holy Grail – 1975)!

Vindo da trupe genial do Monty Python (Graham Chapman, John Cleese, Terry Gilliam, Eric Idle, Terry Jones e Michael Palin) que começou sua carreira como grupo na BBC em 1969 com o Monty Python’s Flying Circus um programa de esquetes cômicos, que evoluiu para um programa cômico com piadas se interligando a cada esquete. Até 1974, quando parou de ser exibido, o grupo, como escritores, atores e diretores do programa, brincou com todas as convenções da comédia, quebrando muito das “normas” da época.

Talvez por causa de seu humor nonsense e cheio de referência, bem como sua inclusão no imaginário popular, como os emblemáticos quadros “Dead Parrot” e “SPAM” (no qual o uso incessante da palavra “spam” – um tipo de carne processada e temperada – levou aos usuários de internet a nomear os e-mail inconvenientes e irritantes com a mesma palavra), o Monty Python tem espaço no coração de todo nerd.

Contando as aventuras do Rei Arthur e seus cavaleiros em busca do aclamado Cálice Sagrado, vemos o elenco do Monty Python cair em diversas situações inusitadas, piadas inesperadas, muitas sátiras do estilo de vida medieval. Muitas das piadas deste filme se tornaram clássicos do cinema, como a citação na abertura, sobre as andorinhas, e o hilário julgamento de uma bruxa. Sem muitos spoilers, o filme com certeza é uma obra que deve ser vista, principalmente pelo final mais inesperado de todos.

A produção foi feita a “toque de caixa”, sendo que sofreu muitos revezes. Muitos dos castelos que seriam utilizados na gravação proibiram as filmagens no último momento, alegando incompatibilidade do projeto com a glória histórica. Tanto que dois castelos particulares foram largamente utilizados e redecorados para diversas cenas, e Camelot em si não passava de um modelo de madeira (motivo de piada dentro da película).

Graham Chapman (Rei Arthur) era o único no elenco com cota de malha real, feita de ferro/aço, enquanto o resto do elenco usou cota feita de lã trançada, pintada de tinta metálica. A famosa cena de abertura com o som de cavalos galopando, mas na verdade feitas por cocos batendo, foi adotada justamente por que a produção não podia comprar/alugar cavalos de verdade.

John Cleese, interpretando o Encantador Tim, fez suas cenas em um penhasco de verdade, com quedas fatais para todos os lados e ventos que poderiam derrubá-lo a qualquer momento. Durante os takes, ele se abaixava para evitar que o vento o derrubasse, mas o mesmo declarou que pelas limitações de tempo e orçamento, ele mesmo se arriscou a fazer a cena e completar o filme a tempo.

Mas o orçamento baixo não impediu que a produção incluisse detalhes em seu trabalho: os personagens principais tem detalhes manufaturados em seus escudos e armaduras que os identificam. Sir Robin, o covarde, tem como emblema uma galinha; Belvedere, naturista, tem uma árvore; Lancelot, um cavaleiro destemido e imprudente, matando tudo o que vê pela frente, tem um dragão (um símbolo também da morte mítica do Lancelot da lenda); e o Rei Arthur, que recebeu uma visão de Deus nos céus, tem por emblema um Sol.

Um personagem marcante deste filme, ainda que não-humano, é o Coelho Assassino. Para suas cenas, a equipe de produção alugou um coelho da vizinhança e usou tinta para simular sangue. Mas o que eles não sabiam é que a tinta não podia ser lavada depois, deixando a equipe desesperada com um coelho tingido que teria de ser devolvido a seus donos. Terry Gilliam, ator e diretor, disse que se eles fossem mais experientes com produção, deveriam ter pensando em comprar um coelho, mas que apesar de tudo, ele não foi ferido nas filmagens. Uma interessante curiosidade/referência é quanto a decoração medieval de catedrais: elas apresentavam medalões com vícios e virtudes, sendo o vício da Covardia representado de um Cavaleiro correndo de um coelho. Na Catedral de Notre Dame em Paris, existem três medalhões representando o “Coelho Assassino“.

John Cleese e Terry Gilliam, interpretaram todas os trabalhos de luta entre os Cavaleiros Negro e Verde. Eles aprenderam a manejar espadas longas e a fazer acrobacias com pesadas armaduras, e declaram ter se divertido muito com a experiência. Clesse como o Cavaleiro Negro está nas primeiras cenas do confronto com o Rei Arthur, mas quando tem a primeira perna cortada, foi substituído por um extra com apenas uma perna, um ferreiro local, sendo usado depois uma marionete para quando a outra perna é cortada.

Mundialmente reconhecido, o filme foi votado pela Revista Premiere uma das “50 Maiores Comédias de Todos os Tempos”, saindo em #27, mas apenas por que a lista está em ordem cronológica a partir dos anos 20. O filme recebeu em 2006 uma adaptação para a Broadway, chamada “Spamalot”.

Pequena curiosidade: Terry Gilliam é o ator que mais morre neste filme, com 4 mortes: o Cavaleiro Verde (morto pelo Cavaleiro Negro), Sir Bors (decapitado pelo Coelho Assassino), o Animador (ataque cardíaco), e o Protetor da Ponte (jogado no Desfiladeiro do Perigo Eterno). John Cleese e Terry Jones, por outro lado, não tem cenas de morte neste filme.

Até semana que vem com mais Cinema Nerd!