Maira Giosa | 16 de fevereiro de 2012

Tão Forte e Tão Perto | Crítica

Existe alguma chave que ajuda a curar o sofrimento? Com essa pergunta pendurada no pescoço somos guiados por um jovem em uma busca emocionante, onde entendemos melhor vários estágios de uma perda muito sentida por uma família de classe média americana. Baseado no livro de Jonathan Safran Foer, Tão Forte e Tão Perto, emociona e […]

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Existe alguma chave que ajuda a curar o sofrimento? Com essa pergunta pendurada no pescoço somos guiados por um jovem em uma busca emocionante, onde entendemos melhor vários estágios de uma perda muito sentida por uma família de classe média americana. Baseado no livro de Jonathan Safran Foer, Tão Forte e Tão Perto, emociona e mostra que não podemos mudar o impossível, mas podemos tentar.

Na trama, um menino de nove anos de idade encontra uma chave misteriosa (com um nome no verso do envelope) deixada para trás pelo seu pai (interpretado por Tom Hanks), que morreu no World Trade Center, em 11 de setembro de 2001. Com o objeto e o nome de quem precisa achar nas mãos, arma um plano para encontrar o que aquela chave abre. A história demora um pouco para chamar a atenção do público. O longa ganha muito mais sentido com a entrada do personagem de Max von Sydow (que foi indicado ao Oscar desse ano por esse papel) à trama. Nesse momento, a relação neto x avô é mostrada com medidas cirúrgicas de emoção. O ator sueco de 83 anos, a La Dujardin, não fala e conquista o público e os críticos.

Oskar caminha pela cidade, tem pânico dos transportes públicos (fator que foi agravado após o terrorismo nas torres gêmeas), chama o dia 11/9 como “Pior Dia”. Cada vez mais distante da família que lhe resta, quase se perde em uma busca incansável onde cada pessoa se torna um número numa equação gigante e aos poucos vemos que as histórias dos outros, se tornam a história dele. A interpretação do ator Thomas Horn é espetacular, comove e passa uma verdade impressionante. Atua como gente grande. Com um instrumento sonoro nas mãos, uma chave no pescoço e um mapa da cidade, seu personagem Oskar, parte rumo a uma expedição que mudará sua vida e a de muitos a sua volta.

A relação mãe x filho é completamente abalada, o menino era muito mais próximo ao pai. Sandra Bullock está muito bem no papel da sofrida Linda Schell, sem medo de errar arrisco dizendo que é a melhor atuação dela no cinema. Aos poucos, vamos descobrindo mais sobre o impacto daquele dia terrível; às vezes sob a ótica de Oskar, em um ótimo momento vemos como os olhos da mãe viram aquela sensação horrível de perda.

A culpa, fator não percebido antes pelo público, aparece na história já em seu desfecho emocionando a todos com uma cena no trigésimo andar de um prédio.

O filme conta com uma ótima direção de Stephen Daldry (Billy Elliot, As Horas, O Leitor) e uma trilha fabulosa (mais uma) de Alexandre Desplat, o qual, chamarei carinhosamente de novo John Williams.

Já estão com os lenços preparados? Vocês vão precisar deles quando o dia 24 de fevereiro chegar e você correr para a porta do cinema mais próximo para conferir esse bom filme que concorre ao Oscar desse ano, na categoria principal.

Não perca tempo! Dê uma chance a essa história!

Extremely Loud and Incredibly Close – EUA – 2011

Diretor: Stephen Daldry

Roteirista: Eric Roth, Baseado no livro de Jonathan Safran Foer

Elenco: Tom Hanks, Thomas Horn, Sandra Bullock, John Goodman, Max von Sydow, Viola Davis

Duração: 129 min.