O Artista | Crítica
Relembrar o início do cinema , quando as cores e o som eram algo inexistente, nos lembram o porque desta arte ser considerada como tal. Emocionar pessoas, levar um grande público às salas, pessoas que se emocionam, riem, choram e até batem palmas ao final de um espetáculo cinematográfico. O Artista, filme de Michel Hazanavicius, é […]
Relembrar o início do cinema , quando as cores e o som eram algo inexistente, nos lembram o porque desta arte ser considerada como tal. Emocionar pessoas, levar um grande público às salas, pessoas que se emocionam, riem, choram e até batem palmas ao final de um espetáculo cinematográfico. O Artista, filme de Michel Hazanavicius, é um filme sobre tudo isso. E um pouco mais.
O diretor nos faz reviver, por uma hora e quarenta minutos, a sensação de quando entramos na sala, as luzes se apagam e algo mágico acontece diante de nossos olhos. O filme que resgata a beleza do cinema mudo e em preto e branco é uma ode metalinguística e que traz à tona as grandes dúvidas em relação à evolução tecnológica do cinema. Em tempos de explosão do 3D, como será o cinema do futuro? O filme é ousado ao retomar um formato antigo, quando o público está acostumado com movimento, cores, explosões e sons. Mas é preciso se desapegar de todos os rótulos para aproveitar esta história – voltamos ao passado para lembrar o motivo de ir ao cinema hoje em dia.
O enredo conta a história de um grande astro do cinema mudo, George Valentin (Jean Dujardin), estrela de diversos filmes mudos e sempre acompanhado de seu inseparável amigo, o cão da raça Jack Russel Terrier. Porém, com a chegada do cinema falado, o ator vai perdendo espaço para Peppy Miller, uma atriz que começa sua carreira com uma ponta num filme de Valentin e passa a ser vista como o rosto e a voz do futuro do cinema.
O ator, vaidoso e orgulhoso, cai no ostracismo em poucos anos. Ainda tenta produzir mais um filme de autoria própria, porém sem estrutura para competir com os estúdios de Hollywood, já em meados da década de 20 com sua devida importância para a indústria. Com cenas fabulosas, o fato do filme ser mudo (e portanto, orquestrado) e em preto e branco, estas características tornam o longa belíssimo. Além, claro, das excelentes atuações de Dujardin e Bérénice Bejo, conduzidos de forma brilhante por Hazanavicius.
Uma lição para lembrarmos que antes da sétima arte chegar onde chegou, passou por diversas mudanças. E é sempre bom revisitar a história para entendermos e apreciarmos ainda mais o gosto pelas grandes obras cinematográficas. Uma grande aposta para os palpites do Oscar 2012.
FICHA TÉCNICA
Diretor: Michel Hazanavicius
Elenco: Jean Dujardin, Bérénice Bejo, John Goodman, James Cromwell, Penelope Ann Miller, Missi Pyle, Malcolm McDowell.
Produção: Thomas Langmann, Emmanuel Montamat
Roteiro: Michel Hazanavicius
Fotografia: Guillaume Schiffman
Trilha Sonora: Ludovic Bource
Duração: 100 min.
Ano: 2011
País: França/ Bélgica
Gênero: Drama
Cor: Preto e branco
Distribuidora: Paris Filmes
Estúdio: La Petite Reine / uFilm / JD Productions