Cassia Alves | 25 de janeiro de 2012

Especial Millenium – A literatura escandinava no cinema

Com a proximidade do lançamento da versão americana do primeiro filme da trilogia Millenium, adaptado da série de best sellers escrita pelo sueco Stieg Larsson, convém atentar para um fenômeno que já toma conta da literatura e deve tomar conta do cinema. As tramas policiais vindas dos países escandinavos. Há dois anos atrás, Os homens […]

Com a proximidade do lançamento da versão americana do primeiro filme da trilogia Millenium, adaptado da série de best sellers escrita pelo sueco Stieg Larsson, convém atentar para um fenômeno que já toma conta da literatura e deve tomar conta do cinema. As tramas policiais vindas dos países escandinavos. Há dois anos atrás, Os homens que não amavam as mulheres – filme sueco que marcou a primeira adaptação da obra de Larsson – chamou a atenção para uma literatura impactante e cheia de referências ao cinema noir dos anos 30 e 40. Afora as obras do autor sueco, a literatura escandinava hoje vive momento de glória e exaltação com seus thrillers policiais. Um exemplo é “A estrela do diabo”, do norueguês Jo Nesbo, cujos direitos para o cinema já foram adquiridos pela mesma Sony que produz e distribui a versão americana da trilogia Millenium. A crítica literária da revista “New Yorker” considera Nesbo uma espécie de Hitchcock da literatura. Uma senhora de uma deferência.

O cineasta Christopher Nolan, cultuado pela crítica de cinema e por uma horda cada vez maior de cinéfilos, já havia identificado o potencial narrativo dos romances policiais escandinavos. Insônia (2002), seu terceiro longa-metragem, é a adaptação de um filme norueguês escrito por Eric Skjoldbjarg, também ele um autor de romances policiais – embora tenha escrito Insônia originalmente para o cinema em 1997.

É comum associar figuras mitológicas à literatura escandinava clássica. Thor, o filme de super herói lançado pela Marvel em 2011, por exemplo, é, ele mesmo o super herói, uma versão do personagem clássico da mitologia nórdica.

A Sony já confirmou as duas sequências americanas da trilogia Millenium. Tanto “A menina que brincava com fogo” quanto “A rainha do Castelo de ar” serão dirigidos por David Fincher. No caso de sucesso do primeiro filme, que estreia em janeiro no país, alguns livros escandinavos na fila para serem aproveitados pelo cinema americano são “O homem de Beijing”, do sueco Henning Mankel e “Gritos do passado”, de Camila Läckberg.

Mel Gibson, antes de enveredar pela sina de escândalos conjugais que o marcou nos últimos dois anos, tinha a ideia de adaptar um livro sobre a mitologia nórdica e fazer um épico vicking nos moldes de Coração valente (1995) com Leonardo DiCaprio como protagonista.

Como pode se ver, Larsson mais do que qualquer coisa, revigorou a Escandinávia no cinema.