| 16 de setembro de 2011

Salada de Cinema entrevista Daniel Gaggini, coordenador e diretor do Festival Cine Favela de Cinema

Estão abertas as inscrições para o 6º Festival Cine Favela, o evento destinado a exibir produções cinematográficas produzidas por associações, ONGs, coletivos, produtores independentes e periféricos de todo o Brasil. As inscrições vão até o dia 30 de setembro. Ano passado, o Festival atraiu um público de 14.600 espectadores e contribuiu para fomentar oficinas de […]

Cine FavelaEstão abertas as inscrições para o 6º Festival Cine Favela, o evento destinado a exibir produções cinematográficas produzidas por associações, ONGs, coletivos, produtores independentes e periféricos de todo o Brasil. As inscrições vão até o dia 30 de setembro.

Ano passado, o Festival atraiu um público de 14.600 espectadores e contribuiu para fomentar oficinas de cinema para jovens, distribuindo R$ 20 mil em prêmios. Para este ano, as expectativas são ainda maiores. Daniel Gaggini, diretor do Cine Favela conversou com o Salada de Cinema e explica um pouco mais o conceito do evento. Acompanhe:

Salada de Cinema – Quem ou quais instituições podem se inscrever para o Festival do Cine Favela?
Daniel GagginiPodem se inscrever Associações, ONGs, Coletivos, Produtores Independestes e Periféricos de todo o Brasil. Por mais que o Festival deste ano tenha um tema, a mostra competitiva não o tem, ou seja, filmes de todos os gêneros e formatos podem participar.

Salada de Cinema – Como a organização chegou no tema da edição deste ano (“Pixo como expressão da Periferia”)?
Daniel GagginiQueremos propor um diálogo com artistas, autoridades e a sociedade sobre este tema tão pouco discutido. O “pixo” é ou não é uma expressão artística? Por que em São Paulo pichadores são presos e na Alemanha, por exemplo, são convidados a participar de grandes eventos artísticos, como a Bienal? Queremos levantar estas questões para proporcionar uma reflexão mais profunda sobre o assunto.

Salada de Cinema – Pela experiência de anos anteriores do Festival, poderia nos dizer como está a produção de audiovisuais na Periferia do país? Fora o Festival Cine Favela, que acontece uma vez por ano, onde mais são exibidos esses trabalhos?
Daniel GagginiA produção periférica não para de crescer. Um exemplo é que, no ano passado, recebemos 217 filmes de todo o Brasil e, neste ano, a expectativa é de 400. Existem diversas ações que promovem o cinema periférico, que vão de mostras, festivais e encontros. O que acontece é que os meios de comunicação não se interessam por essas ações e as mesmas acabam não saindo do “gueto”. Temos exemplos bem sucedidos, como o Festival que a CUFA organiza no Rio de Janeiro em parceria com o Centro Cultural Banco do Brasil, o 1º FESTIVAL CINE NA LAJE, uma iniciativa da Comunidade do Jardim Ângela-SP, entre tantas outras espalhadas pelo Brasil.

Salada de Cinema – Para o público que for acompanhar o Festival, quais são as atrações, além dos filmes?
Daniel GagginiAlém da Mostra Competitiva, levaremos o cinema a escolas públicas com a mostra CINE RECREIO. Também serão oferecidas 03 oficinas de cinema com profissionais de renome, palestras, debates e uma exposição contando a história do Festival estão programadas. E, o mais interessante, todas as atividades serão gratuitas.

Salada de Cinema – Como o cinema tem ajudado na inclusão sociocultural de jovens na periferia?
Daniel GagginiA Associação Cine Favela, além do Festival, desenvolve oficinas em seu espaço na Comunidade de Heliópolis, pelas quais já passaram  mais de 250 jovens.  Acreditamos que o cinema pode ser usado como uma ferramenta de inclusão, pois é uma oportunidade não só de capacitar estes jovens, como também de  inseri-los no mercado de trabalho, ou seja, estamos dando opções, e isto é o mais importante.

Por Fernando Império, editor chefe