André Sobreiro | 4 de setembro de 2011

Especial Cowboys & Aliens – Da Hq ao filme, o universo de Cowboys & Aliens

Tudo começou com o Homem de ferro. A Paramount, que distribuiu o sucesso que alavancou a Marvel como estúdio de cinema, demonstrou o interesse em trabalhar novamente com o diretor Jon Favreau e queria uma HQ, essa menina dos olhos dos estúdios de Hollywood, para chamar de sua. A fita acabou sendo produzida pela DreamWorks em parceria com a […]

Tudo começou com o Homem de ferro. A Paramount, que distribuiu o sucesso que alavancou a Marvel como estúdio de cinema, demonstrou o interesse em trabalhar novamente com o diretor Jon Favreau e queria uma HQ, essa menina dos olhos dos estúdios de Hollywood, para chamar de sua. A fita acabou sendo produzida pela DreamWorks em parceria com a Universal e a Paramount ficou responsável pela distribuição internacional da fita. O mesmo papel que desempenhou no lançamento dos filmes da Marvel. Isso por que para transportar a graphic novel de Scott Mitchell Rosenberg, que contou com os traços do brasileiro Luciano Lima, para os cinemas foi uma epopéia digna de filme de velho oeste americano.

Primeiro houve divergências quanto ao orçamento da fita. Depois foi o teor da própria adaptação do material originalmente publicado em 2006 pela editora Harper Collins – no Brasil o lançamento ocorre sob os cuidados da editora Galera Record.

O roteiro de Roberto Orci, Damon Lindelof e Alex Kurtzman, cujos créditos recentes incluem Lost, Fringe e o remake de Hawaii 5-0, guarda poucas semelhanças com o material original. Na verdade, empresta apenas o argumento central da trama.

Outro problema foi o protagonista. Todos os estúdios que circundavam o projeto estavam interessados em financiar a união do diretor de Homem de ferro com o astro daquele filme em uma aventura diferente, mas com aquela pegada de matinê. Com Robert Downey Jr. a bordo, tudo parecia se encaminhar bem – em termos de financiamento. O problema é que o tempo estava passando enquanto essas pendências estruturais eram confrontadas – algo natural em toda e qualquer produção que se pretende grande. A agenda requisitada de Downey Jr. falou mais alto e ele pulou fora do projeto. Com um orçamento de penosos U$163 milhões, Cowboys & Aliens estava agora sem seu protagonista e sob o risco palpável de cancelamento.

Foi quando James Bond chegou para salvar o dia. Literalmente. Com Daniel Craig a bordo e a ideia de dividir os custos entre três majors hollywoodianas, o filme certamente veria a luz do dia. Não se pode negar que o hype de ter Harrison Ford dividindo a cena com Craig ajudou no buzz da fita em eventos como a Comic Com, realizada no último mês de julho em San Diego (EUA).

Harrison Ford hesitou em usar o chapéu no filme, como todos sabem essa é uma das assinaturas de seu Indiana Jones, mas como Spielberg é um dos produtores associados o uso do chapéu foi liberado. E o humor do personagem de Ford em Cowboys & Aliens (Woodrow Dolarhyde) é muito próximo ao de Indiana, caracterizando outro chamariz da fita que deve dividir os fãs.

A estréia nos Estados Unidos foi promissora. Cowboys & Aliens liderou a bilheteria no último fim de semana de julho derrotando ao azulados smurfs. Uma vitória que ratificou o acerto da produção. Contudo, em parte pela aceitação morna da crítica, o filme não está rendendo o esperado (ainda não chegou aos U$ 100 milhões na bilheteria americana). Na briga com os super heróis tradicionais (Thor, Capitão América e X-men), os cowboys Daniel Craig e Harrison Ford ainda estão comendo poeira. Resta saber se o lançamento no Brasil irá consolidar esse panorama ou injetar novo fôlego no desempenho comercial da fita que, por enquanto, não atiça boatos de sequências.

Por Reinaldo Glioche