André Sobreiro | 14 de julho de 2011

Crítica 1 – Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2

Depois de dez anos, a saga teve fim. Assim como tudo que foi destinado a se eternizar no pensamento, nos rumores, e – porque não – nos corações, chegou o dia em que milhares, milhões, bilhões de fãs espalhados pelo mundo dão adeus ao momento que irão assistir pela primeira vez algum filme inédito da […]

Depois de dez anos, a saga teve fim. Assim como tudo que foi destinado a se eternizar no pensamento, nos rumores, e – porque não – nos corações, chegou o dia em que milhares, milhões, bilhões de fãs espalhados pelo mundo dão adeus ao momento que irão assistir pela primeira vez algum filme inédito da seqüência de “Harry Potter”. Se houve sentimento grande de adeus na época em que J.K.Rowling escreveu o último livro da série, é possível que muitos sintam pesar redobrado ao dar adeus para imensa materialidade produzida pela magia do cinema. Daniel Radcliffe foi pela última vez o famoso Harry Potter, embora agora vá ter que viver até o fim de sua vida com a carga de ter protagonizado um dos mais importantes personagens da sétima arte.

Em “Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2” restou para o diretor David Yates trazer às telas mundiais a parte do livro em que a verdadeira luta entre bem e o mal, tornada pessoal entre Voldemort e Harry, é travada. Como não poderia deixar de faltar, portanto, os efeitos especiais foram o verdadeiro carro-chefe da trama. Desde o dragão salvador do trio Granger-Weasley-Potter, até os impressionantes feitiços da batalha final, tudo parece ter sido feito para surpreender ainda mais os fãs já acostumados à qualidade dos efeitos da saga.

Quanto ao enredo em si, a segunda parte do último filme ficou a dever se comparada a primeira. Exatamente por explorar tanto a luta travada no final da obra e a busca pela destruição das Horcruxes, algumas partes importantes para o entendimento completo do filme ficaram omissas. Exemplo é o encontro entre Alberfoth Dumbledore e Harry. No sétimo livro, a autora explica muito bem qual é o motivo do rancor existente entre Dumbledore e seu irmão, que acaba se apaziguando com algumas revelações feitas por Harry, presente nos últimos momentos de vida e súplica do mais famoso diretor de Hogwarts. Faltam também explicações e fatos como: o que fez com que Voldemort soubesse da chegada de Potter na Escola de Magia?; como ficará o filho de Lupin e Tonks, apadrinhado por Harry?; etc.
No entanto, algumas adaptações foram muito bem feitas para poupar tempo do longa-metragem sem deixar com que a essência da obra de J.K.Rowling fosse captada. Somente algumas explicações faltaram, principalmente se considerarmos que o filme foi dividido em duas partes, e muitos dos espectadores não irão rever a primeira antes de assistir a segunda (a não ser os pottermaníacos, é claro!).

De resto, tudo que um bom final deve ter se apresenta. A tristeza pelas mortes de Fred e Lupin, o heroísmo de Neville Longbotton, as revelações de Snape, o estranho reencontro entre Harry e Dumbledore, a memória de Dobby e Sirius, e, principalmente, o amor entre Hermione e Rony, um dos mais esperados no romance do cinema internacional. Sem esquecer, obviamente, do momento em que Molly Weasley põe um fim na odiada Belatriz (e amada Helena Bonham Carter) – cena que, com certeza, irá arrancar gritinhos de vitória da platéia.

O questionável final criado pela autora em “Harry Potter e as Relíquias da Morte” também aparece no filme. Foi feito todo o possível para tornar a cena memorável: os personagens passaram por um processo de envelhecimento (afinal, 19 anos são uma vida!), os atores escolhidos para interpretar os filhos dos casais Harry e Gina e Rony e Hermione foram bem selecionados, e fica aquela boa sensação de recomeço, embora tenhamos consciência de que a história termina por ali. Ou será que não?

Por Paula Lopes