| 5 de julho de 2011

Lolita

Dissimulada, provocante, lasciva. A ninfeta Lolita, vivida por Sue Lyon, então com 16 anos em 1962, era pura… polêmica para a época do lançamento do filme que levou o mesmo nome da personagem principal. O diretor Stanley Kubrick ousou ao trazer ao público da época um triângulo amoroso entre mãe, filha e um homem mais […]

Lolita

Dissimulada, provocante, lasciva. A ninfeta Lolita, vivida por Sue Lyon, então com 16 anos em 1962, era pura… polêmica para a época do lançamento do filme que levou o mesmo nome da personagem principal. O diretor Stanley Kubrick ousou ao trazer ao público da época um triângulo amoroso entre mãe, filha e um homem mais velho.

A história contada em “Lolita” se baseia em amores impulsivos, ditados por interesses escusos. Um professor universitário de meia-idade se hospeda em uma pensão da viúva Charlotte Haze (Shelley Winters em ótima interpretação) e sua filha Lolita de apenas 14 anos.

Logo no primeiro contato das duas mulheres com o professor Humbert já se percebe segundas intenções. Humbert fica enfeitiçado pela beleza e postura da ninfeta que começa a ter vários embates com a mãe pela conquista do mesmo homem.

A cada cena, a relação entre os três vai ficando cada vez mais intensa. O fio amoroso é tecido pelo professor que  é apaixonado pela menina. Lolita sabe que seduz e provoca ele e principalmente a mãe, que por sua vez é apaixonada pelo professor que não lhe dá atenção.

Depois de uma discussão com o homem, Charlotte sai pela rua, desconcertada e acaba morrendo atropelada. Lolita que já não morava mais com a mãe, mas em um internato de outra cidade acaba iniciando enfim um relacionamento fugaz com o professor, que se vê inseguro e incapaz diante da beleza da garota e suposto assédio dos rapazes da idade dela.

“Lolita” trata-se, por fim, de um filme sobre sinceridade. Os três personagens investiram em seus desejos cegamente acreditando ser possível fazer aquilo que bem entendiam. O final de cada um deles acaba sendo o mesmo: todos fracassam na tentativa de sobrepôr suas próprias vontades diante do destino.

Kubrick ainda não era o Kubrick que conhecemos hoje. Ainda assim, “Lolita” é uma obra-prima, cinema de alta tensão, recheado com cenas de forte drama psicológico e final grandioso.

Nome original: Lolita

Direção: Stanley Kubrik

Roteiro: Vladimir Nabokov e Stanley Kubrick

Duração: 152 minutos

Elenco: James Mason, Shelley Winters, Sue Lyon

Por Fernando Império, editor chefe