Igor Lino | 4 de julho de 2011

A missão do gerente de recursos humanos

Se “Pequena Miss Sunshine” tivesse dado errado, seria exatamente o que “A missão do gerente de recursos humanos” é. O filme Israelense é uma produção pequena e muito, muito cansativa. Não tem um roteiro interessante, nem atuações brilhantes, cenas memoráveis, câmeras inteligentes; nada. Pelo contrário, tem algumas cenas que são até ridículas e não conseguem […]

A missão do gerente de recursos humanos

Se “Pequena Miss Sunshine” tivesse dado errado, seria exatamente o que “A missão do gerente de recursos humanos” é. O filme Israelense é uma produção pequena e muito, muito cansativa. Não tem um roteiro interessante, nem atuações brilhantes, cenas memoráveis, câmeras inteligentes; nada. Pelo contrário, tem algumas cenas que são até ridículas e não conseguem ganhar o espectador, arrastando os longos 103 minutos de duração.

A narrativa conta sobre um gerente de RH de uma grande rede de panificadora que tem uma funcionária – a única que tem nome no filme – morta em um atentado terrorista. Por não saber que ela ainda estava registrada como funcionária, não reconhece a vítima, e isto soa muito mal através da imprensa local, que os acusa de negligenciar o fato. A partir daí, o gerente de RH recebe – a contragosto – a missão de dar um enterro digno para a mulher a fim de limpar a imagem da empresa, mas acaba se envolvendo muito com o caso.

Há uma falha grave – de montagem / roteiro – pois os personagens vão sendo introduzidos sem se saber direito que parte tomam na narrativa. Fica bastante estranho ver personagens exercendo relações interpessoais, conversando sobre coisas que parecem óbvias, e deixando em segundo plano sua importância em detrimento da epopeia do protagonista.

Sem dúvida alguma, o principal erro do filme é não acertar o tom. Ele navega entre a comédia escrachada e comédia comedida, passando por momentos de um dramalhão pesado e nenhuma parte se conecta, deixando o público emocionalmente confuso e distante. Não é possível ter identificação com um filme que mostra um caixão deslizando suavemente por uma esteira e chegando dramaticamente para embarcar no avião contra o sol, e, cenas depois, vê-lo colocado no teto de uma Kombi para ser transportado até um vilarejo.

Para fechar, é absolutamente previsível e não ousa inovar em nada, o que o torna mais maçante e dispensável.

Direção: Eran Riklis

Roteiro: Abraham G. Jehoshua, Noah Stollman

Duração: 103 minutos

Elenco: Mark Ivanir, Reymond Amsalem, Gila Almagor

Por Victor Gouvêa