Suporte NeoImagine | 22 de maio de 2011

Piratas do Caribe – Navegando em águas Misteriosas

Jack Sparrow nunca trabalhou tanto. Se nos primeiros filmes da quadrilogia (será que não virão mais sequências por ai?) o atrapalhado pirata interpretado por Johnny Depp dividia o foco das cenas com Orlando Bloom e Keira Knightley, desta vez o longa foi todo seu. Apesar de a continuação “Navegando em Águas Misteriosas” não ter sido […]

Jack Sparrow nunca trabalhou tanto. Se nos primeiros filmes da quadrilogia (será que não virão mais sequências por ai?) o atrapalhado pirata interpretado por Johnny Depp dividia o foco das cenas com Orlando Bloom e Keira Knightley, desta vez o longa foi todo seu.

Apesar de a continuação “Navegando em Águas Misteriosas” não ter sido a que Sparrow foi brindado com as falas mais brilhantes e piadinhas típicas freqüentemente utilizadas como forma de se livrar de alguma enrascada, a essência do personagem continuou ali: o jeito de correr completamente bizarro, a eterna língua enrolada afetada pelo rum e o sarcasmo de quem está, na verdade, sempre morrendo de medo.

O longa foi uma forma não muito criativa de dar seqüência à série que já estava parada desde 2007. A história gira entorno da busca pela Fonte da Juventude, que tem o dom de transferir todos os anos da vida de uma pessoa para outra. Vão atrás desta benção, os espanhóis, os ingleses (liderados pelo Capitão Barbossa) e o temido Barba Negra (acompanhado por Sparrow, que, aparentemente, sabia o caminho até o local – e desta vez até que ele sabia mesmo!). O pirata de Johnny Depp acabou sendo forçado a seguir as ordens de Barba Negra por causa de Angélica (Penélope Cruz), uma antiga amante do cômico pirata.

A atriz, por sinal, não deixou de dar ao filme certo apelo com sua relação amorosa com Sparrow, mas também não fez grande trabalho. Penélope Cruz não parece ter se esforçado muito para ser um diferencial na quadrilogia, tendo ficado para Barba Negra, pai de Angélica interpretado por Ian McShane, figurar o verdadeiro mal das águas misteriosas.

De tudo, talvez tenha ficado mais marcado um episódio e uma atuação: a cena da batalha com as sereias e o brilhantismo de Geoffrey Rush como Barbossa. Na cena, os efeitos foram impressionantes e as místicas mulheres de cauda foram mostradas de forma a dar completo deleite à fértil imaginação mundial. Já Rush começa e termina o filme demonstrando todo o escárnio que lhe compete perfeitamente. Não que alguém esperasse menos do ator, mas ele sempre surpreende.

O que fica agora é a espera por uma continuidade mais inspirada, de uma inspiração semelhante a que deu origem ao primeiro filme de “Piratas do Caribe”. Ou então, teremos que nos contentar com um finalzinho repetitivo e até mesmo moralista.

Por Paula Lopes, do Língua da P