| 12 de maio de 2011

Murilo Rosa fala sobre seu personagem em “No Olho Da Rua”

Murilo Rosa está com novo trabalho no cinema. Nesta sexta-feira, dia 13, estreia “No Olho da Rua”, filme com direção de Rogério Corrêa (ao lado de Murilo Rosa na foto) que vai mostrar a vida de Otoniel Badaró um metalúrgico de 38 anos que é demitido após 20 anos de trabalho na mesma fábrica. “Oto” […]

Murilo Rosa está com novo trabalho no cinema. Nesta sexta-feira, dia 13, estreia “No Olho da Rua”, filme com direção de Rogério Corrêa (ao lado de Murilo Rosa na foto) que vai mostrar a vida de Otoniel Badaró um metalúrgico de 38 anos que é demitido após 20 anos de trabalho na mesma fábrica. “Oto” é substituído por uma inovação tecnológica e diante do desespero de sua demissão acaba por tomar uma atitude inesperada.

“No Olho da Rua” é atemporal, portanto, não retrata o momento das greves dos metalúrgicos do Grande ABC, porém é inevitável ligar a história aos acontecimentos reais do final da década de 1970 e início da década de 1980. Confira a entrevista com o ator:

O que o motivou a trabalhar numa trama como “No Olho da Rua”?
Murilo Rosa – Eu gostei muito do roteiro. Achei importante fazer um filme que retrata a história de um metalúrgico que tem a trajetória exatamente oposta ao nosso famoso metalúrgico e ex-presidente (Lula). A história do filme me parece mais perto da realidade brasileira.

Como define seu personagem Oton?
Murilo Rosa – Oton é um trabalhador honesto, dedicado, de família simples e com amor pelo seu trabalho. Perder o emprego para ele é perder a dignidade, e sem dignidade você vai pro fundo do poço. Ele acaba perdendo tudo. Sem final feliz!

Foi um desafio fazer cenas tão dramáticas como assinar a demissão com o sangue do próprio punho?
Murilo Rosa – Esta cena é bem forte, mas gosto também da cena em que ele aparece acordando embaixo de uma ponte. Uma cena sem texto, mas que diz tudo. Acho uma cena simbólica do filme.

Em algum aspecto a História ou a personalidade de Otoniel é comum a sua?
Murilo Rosa – A vida do Oton não tem absolutamente nada a ver comigo. Mas, é claro que a indignação dele é também, em alguns momentos, a minha.

Como foi trabalhar com o diretor Rogério Corrêa?

Murilo Rosa – O Rogério é um batalhador, uma pessoa inteligente, “antenada” e acho que este filme retrata a preocupação dele com o ser humano. Adorei ter ficado amigo dele. E estar ao seu lado neste projeto foi uma honra.

O que achou da temática do filme, de explorar o desemprego e até mesmo a humilhação de um homem que não consegue mais sustentar a sua família?
Murilo Rosa – Achei real. O Brasil tem hoje 190 milhões de pessoas e só 60 mil tem um milhão de reais na conta. Imagina quantas pessoas não tem a conta bancária do Oton.  A verdade é que o Brasil está caminhando lentamente.

Você fez alguma pesquisa de campo sobre o dia a dia dos metalúrgicos, desempregados ou moradores de rua?
Murilo Rosa – Antes de filmarmos, fomos até a fábrica e fizemos um laboratório.  Conversamos muito com trabalhadores e tentamos entender bem a sua realidade.

Como foi sua experiência com toda a equipe de profissionais do longa “No olho da Rua”?
Murilo Rosa – A experiência com os profissionais foi a melhor possível. O filme foi feito dentro prazo estabelecido, equipe extremamente competente. Enfim, foi tudo muito tranqüilo e fiquei muito feliz.

“No Olho da Rua” é um filme com muitos momentos emocionantes. Qual o mais marcante para você?
Murilo Rosa – Tem muitos momentos é difícil dizer um. Mas gosto da cena em que ele é praticamente um mendigo.

Trailer de “No Olho Da Rua”:

Entrevista de Eliz Ferreira cedida para o Salada de Cinema