André Sobreiro | 27 de fevereiro de 2011

Oscar 2011 – A rede social, Melhor Filme

E o que pode ser dito sobre “A rede social” que ainda não foi falado? Tanto por aqueles que adoram o filme quanto pelos que não veem nada demais na obra de Fincher? Muito pouco ou quase nada, para agravar o pleonasmo. É seguro dizer que “o filme do Facebook”, como ficou carinhosamente e erroneamente […]

E o que pode ser dito sobre “A rede social” que ainda não foi falado? Tanto por aqueles que adoram o filme quanto pelos que não veem nada demais na obra de Fincher? Muito pouco ou quase nada, para agravar o pleonasmo. É seguro dizer que “o filme do Facebook”, como ficou carinhosamente e erroneamente conhecido, só não é a produção mais comentada do ano porque “A origem” estreou antes.

O filme de David Fincher, que concorre ao Oscar em oito categorias (filme, direção, roteiro adaptado, ator, montagem, fotografia, trilha sonora e mixagem de som), é seguramente um dos grandes filmes dos últimos tempos. Pode-se não ser cativado pela história, que não apresenta personagens simpáticos e é demasiadamente analítica e fria, mas não há como negar o componente “espírito do tempo” que emancipa “A rede social” como o filme de 2010. Há filmes em disputa que mexem com o emocional do espectador (são os casos de “Cisne negro”, “O vencedor”, “O discurso do rei” e “A origem”, para ficar em exemplos óbvios e notórios), mas nenhum filme em 2010 propôs uma tese social, um entretenimento sofisticado e engenhosidade narrativa com tamanho arrojo como “A rede social”. O filme que mais chega perto dessa condição, talvez seja, “A origem”.

A crítica, no entanto, não se alinhou em torno de “A rede social” à toa. Falta ao filme de Nolan algo que sobra no de Fincher, reverberação social. Por mais pujantes que sejam os outros filmes na disputa eles se encerram em si. “A rede social” vai além. O Oscar deveria, pelos menos em tese, reconhecer isso.

Por Reinaldo Glioche

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