André Sobreiro | 24 de fevereiro de 2011

Oscar 2011 – O vencedor, Melhor Filme

Americano gosta de um bom novelão. Se puder vir embalado em um filme de esporte, melhor. “Duelo de titãs”, filme Disney estrelado por Denzel Washington, e “Invictus”, o olhar de Clint Eastwood para o mito de Nelson Mandela com o rúgbi de pano de fundo, são exemplos contumazes. “O vencedor”, um projeto pessoal do ator […]

Americano gosta de um bom novelão. Se puder vir embalado em um filme de esporte, melhor. “Duelo de titãs”, filme Disney estrelado por Denzel Washington, e “Invictus”, o olhar de Clint Eastwood para o mito de Nelson Mandela com o rúgbi de pano de fundo, são exemplos contumazes. “O vencedor”, um projeto pessoal do ator e produtor Mark Wahlberg, alinha a essa lista o estigma dos filmes de boxe, um gênero paralelo dentro do cinema americano. A força de “O vencedor” está em aliar essa pujança dramática tão cara ao público e a indústria a uma típica história de família disfuncional. “É um filme com Oscar escrito em todos os poros”, escreveu com empolgação o New York Times que considerou a produção uma das melhores do ano.

No filme, Mick Ward (Mark Wahlberg) precisa vencer a idade (que já pesa em seus ombros), a família (que mesmo querendo ajudar, só atrapalha) e os adversários para conseguir o sonho de ser um lutador de boxe bem sucedido. O desenrolar da história empolga até quem não gosta de boxe (e em tempos de UFC, o boxe é um esporte que reúne menos admiradores a cada dia) e apela a emoção de forma orgânica.

Com um elenco em fina sintonia e um legítimo case de american dream, O vencedor chegou ao Oscar com força. Com indicações para filme, direção (David O. Russell), roteiro original, montagem, ator coadjuvante (Christian Bale) e atrizes coadjuvantes (Melissa Leo e Amy Adams), é impossível que o filme saia do Oscar 2011 sem um prêmio sequer. Talvez não ganhe o principal, mas como diria outro personagem célebre do cinema que se fez no boxe: “It ain´t over till is over”. O que aqui quer dizer que é melhor esperar a abertura do envelope.

Por Reinaldo Glioche

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