| 27 de dezembro de 2010

O Oscar e suas escolhas de melhor filme

“And the Oscar goes to…” ou desde 2010, “the winner is…”. Essas duas frases são extremamente carregadas de expectativas e um certo clima de ansiedade, afinal depois delas, geralmente é dito o nome do filme ou dos profissionais que ficarão registrados na história do cinema mundial. Vamos analisar neste post apenas os três últimos anos […]

“And the Oscar goes to…” ou desde 2010, “the winner is…”. Essas duas frases são extremamente carregadas de expectativas e um certo clima de ansiedade, afinal depois delas, geralmente é dito o nome do filme ou dos profissionais que ficarão registrados na história do cinema mundial.

Vamos analisar neste post apenas os três últimos anos para ver como a Academia decidiu premiar aqueles que ela considerou como o melhor filme. Voltando a 2008, o ousado “Onde Os Fracos Não Têm Vez“, dos irmãos Cohen chocou pela violência e pela excelente atuação de Javier Bardem que também levou sua estatueta dourada naquela mesma noite. Fato é que naquele ano, tínhamos outras excelentes opções, como “Sangue Negro” (na minha opinião o melhor de todos os indicados), “Juno” (um tanto superestimado, mas ainda sim bom), “Conduta de Risco” (que tinha seus pontos positivos, mas não ao ponto de ser o melhor) e “Desejo e Reparação” ( que corria por fora).

No ano seguinte, a crise econômica estava estabelecida nos Estados Unidos. Não se falava em outra coisa, se não nos créditos subprime e o tom pessimista reinava nos noticiários e na conversa do dia-a-dia do americano comum. Eis que apareceu um filme de Danny Boyle aos moldes de Bollywood, mostrando um pouco da cultura indiana em “Quem Quer Ser Um Milionário?” trazendo uma mostra de que é possível fazer um cinema mais barato  e ainda assim, de qualidade. Pronto! A crítica amou o filme e mesmo disputando com outros excelentes filmes como é o caso de “Milk – A Voz da Igualdade” e “O Leitor” que na opinião deste que vos escreve eram bem melhores do que aquele que levou o Oscar. Ainda concorria na categoria “O Curioso Caso de Benjamin Button” e “Frost/Nixon“. Não tão bons quanto, mas ainda assim filmes acima da média.

Aí, chegamos em 2010 com uma polêmica. A lista de indicados passou de 5 para 10 filmes. Discussões acalouradas sobre a validade da mudança pipocaram no mundo do cinema, afinal estaria aumentando o número de filmes e diminuindo a qualidade dos escolhidos? A verdade é que a decisão envolveu questões muito além das salas de cinemas. indo para nas salas de casa. A audiência da cerimônia do Oscar diminui a cada ano e o aumento na quantidade de filmes indicados seria uma tentativa de chamar a atenção do público mais amplo, indicado filmes mais populares. Foi o caso de “Um Sonho Possível“, filme que arrebanhou milhares de espectadores com uma história bonitinha com Sandra Bullock no papel principal, uma das atrizes mais queridas de Hollywood. Entram ainda nessa lista de filmes discutíveis,  “Distrito 9“, “Um Homem Sério” e “Amor Sem Escalas“. Justa sim, a indicação de “Up – Altas Aventuras“, “Preciosa” e “Educação“, três excelentes filmes. Mas, dos 10 indicados estavam no páreo mesmo “Bastardos Inglórios” e principalmente “Guerra Ao Terror” e “Avatar“.

Apesar da maioria dos cinéfilos apostarem em “Bastardos” como o melhor filme do ano, “Avatar” trouxe toda aquela revolução visual causada pelo uso bem feito dos efeitos visuais em 3D e “Guerra Ao Terror” tinhas suas particularidades. Primeiro, uma mulher na direção abordando de forma original e – sufocante –  a invasão americana no Iraque. Segundo, a diretora era ninguém mais que Kathryn Bigelow, ex-mulher de James Cameron, diretor de Avatar. A “disputa” criada pela imprensa apimentou a reta final da premiação; melhor para ela que acabou com os prêmios de melhor direção e melhor filme. Justo? Quem disse que a Academia é baseada na justiça?

Para 2011, as expectativas em torno do melhor filme giram em torno de “A Rede Social“, franco favorito até o momento. Mas ainda corre do lado “O Discurso do Rei“, com atuação de Colin Firth. Mas… será que não há espaço para o excelente “A Origem” entrar na disputa? Nem “A Ilha do Medo“, de Scorsese? “O Escritor Fantasma“, do Polanski nem indicação terá? O Oscar tem mesmo algumas decisões que são difíceis de explicar na base da razão. A lista sai no próximo dia 25 de janeiro. Vamos ver como a Academia irá se comportar.

Por Fernando Império, editor chefe