| 23 de dezembro de 2010

Filme nacional é bom?

Antes que você começa a ler este texto, é bom eu avisar que a resposta é de cada um. Este post tem o propósito de trazer uma reflexão sobre o que aconteceu no mercado cinematográfico brasileiro no ano de 2010.   Dados do portal Filme B apontam que o cinema brasileiro viveu o seu ano […]

Antes que você começa a ler este texto, é bom eu avisar que a resposta é de cada um. Este post tem o propósito de trazer uma reflexão sobre o que aconteceu no mercado cinematográfico brasileiro no ano de 2010.

 

Dados do portal Filme B apontam que o cinema brasileiro viveu o seu ano de ouro. Copiando o famoso jargão do presidente Lula, “nunca antes na história deste país” tantos brasileiros foram às salas de cinema e a indústria consequentemente faturou cifras recordes. O aumento em comparação ao ano passado foi da ordem de 30%.

 

O grande causador desse crescimento, sem dúvidas, é “Tropa de Elite 2”, filme nacional que bateu o recorde de bilheteria de todos os tempos, superando o “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, de 1976. O primeiro Tropa de Elite já tinha sido sucesso estrondoso, mas tinha caído na pirataria antes mesmo de estrear e isso acabou fazendo com que muita gente assistisse em casa.

 

Além da bilheteria, tem o fator qualidade. Você acha que os filmes brasileiros estão melhores? Se formos colocar na balança, há mais títulos bons do que ruins. O próprio “Tropa de Elite 2” é uma referência de bom filme. Outro filme que me chamou a atenção foi “Reflexões De Um Liquidificador”, uma grata surpresa do cineasta André Klotzel. Uma unanimidade parece ter acontecido com “As Melhores Coisas do Mundo”. Todo mundo que assistiu, gostou. Os documentários “Uma Noite em 67” e “Dzi Croquetes” também foram bem interessantes.
É claro que ainda tem muitos filmes comerciais que privilegiam o apelo popular, em detrimento de uma produção melhor elaborada. “Chico Xavier”, “Nosso Lar”, “O Bem Amado”, “Lula – O Filho do Brasil” são algum desses exemplos.

 

Os efeitos especiais por aqui melhoraram. A prova disso é “Nosso Lar” que ficou com a segunda posição de filme mais visto no ano e uma proposta de efeitos especiais, digna de Hollywood, sem contar a participação internacional de Philip Glass na composição da trilha sonora do filme. “Segurança Nacional” também foi um filme que investiu na produção visual, embora sem o mesmo sucesso.

 

O cinema nacional melhorou e atravessa uma boa fase. Boa, não espetacular, que deixemos isso claro. Quando anunciaram “Lula – O Filho do Brasil” como o nosso representante na categoria Filme de Língua Estrangeira no Oscar, percebemos o quanto temos ainda a percorrer para sermos reconhecidos como um país de cinema de qualidade.

 


Por Fernando Império, editor chefe