Heitor Machado | 10 de outubro de 2010

Too young to hold on

Imagine um mundo sem Al Pacino. Não, não me refiro ao seu (e ao nosso) inevitável destino. É claro que todos teremos o mesmo fim um dia ou outro. Me refiro à existência do ator. Imagine. Um mundo sem o talento de Al Pacino. Não gosta de Al Pacino? Que tipo de maluco é você? […]

Imagine um mundo sem Al Pacino. Não, não me refiro ao seu (e ao nosso) inevitável destino. É claro que todos teremos o mesmo fim um dia ou outro. Me refiro à existência do ator. Imagine. Um mundo sem o talento de Al Pacino.

Não gosta de Al Pacino? Que tipo de maluco é você?

De qualquer maneira, pode ser um mundo que desconheça o talento de Marlon Brando, Humphrey Bogart, Audrey Hepburn, Clint Eastwood, Gary Oldman, Heath Ledger ou quem você quiser. Sim, até mesmo Heath Ledger. A questão é: como a história do cinema teria se desenvolvido sem o talento dessas e tantas outras figuras tão importantes?

Um Poderoso Chefão sem Don Corleone como o conhecemos é inimaginável. Pois alguns atores parecem tão perfeitos a certos papéis que é praticamente impossível designar outro qualquer para interpretá-los – e são tantos casos que é difícil até mesmo escolher um só. Estes atores criam uma conexão imutável e intransmissível com os personagens que interpretam – e os aqui acima citados são só os poucos exmeplos que sempre me surpreendem.

Alguns destes atores morreram cedo demais para que disfrutássemos completamente de seus talentos. Outros desejamos que não tivessem jamais morrido – para que continuássemos assistindo às suas performances embasbacados, para sempre. E há aqueles que, claro, esperamos que continuem produzindo até suas pernas e mentes fraquejarem.

A análise surgiu com a morte de Heath Ledger, em 2008. Foi a partir do trágico incidente de um jovem e talentoso ator que o pensamento de que nunca mais teremos a possibilidade de contar com ele novamente germinou. Pois Ledger era, indubitavelmente, um dos maiores atores de nossa geração. Com apenas 28 anos, ele deixou um legado memorável – e imagine o que não seria capaz de fazer caso vivese tanto quanto o velho Clint.

O mundo do cinema perdeu demasiadas mentes brilhantes muito antes de seus tempos de glória. Ledger já é glorificado. Após a sua morte, quase deificado. Mas não é à toa. Sinto como se o mundo realmente tivesse percebido a falta que ele irá fazer no futuro.

Imagine! um mundo sem James Dean, Bruce Lee, Brad Renfro, Brittany Murphy, Marilyn Monroe, Clark Gable…

Por Maira Giosa, do Projetor