André Sobreiro | 29 de setembro de 2010

As estrelas dos musicais

Se existe um aspecto que seduz em um musical, é a beleza da protagonista. Por beleza aqui não se aventa apenas o esplendor da forma física, embora essa salte aos olhos, mas a conjunção de alguns fatores como a sensibilidade vocal, a postura inebriante e o talento para a dança. Seja uma personagem fatal, como […]

Se existe um aspecto que seduz em um musical, é a beleza da protagonista. Por beleza aqui não se aventa apenas o esplendor da forma física, embora essa salte aos olhos, mas a conjunção de alguns fatores como a sensibilidade vocal, a postura inebriante e o talento para a dança. Seja uma personagem fatal, como Catherine Zeta Jones em Chicago (2002) ou recatada e apaixonada, como Natalie Wood em Amor sublime amor (1961).

Há de se ponderar que a alma de um musical repousa na feminice de sua protagonista, não raro mulheres fortes de traços marcantes e determinadas. Para tirar o saldo, basta-nos recorrer à memória. Não há um musical de sucesso que não tenha, além de uma personagem feminina forte, uma atriz de grande categoria em um grande momento de sua carreira. Essa simbiose é notada pelo público e reverenciada pela crítica. Julie Andrews até hoje é lembrada pelo papel definidor de sua carreira no musical A noviça rebelde (1965). Björk, que em termos práticos não é uma atriz, brilhou no musical claustrofóbico de Lars Von Trier, Dançando no escuro (2000), chegando a receber a Palma de ouro pelo papel. Nicole Kidman foi outra que viu o melhor momento de sua carreira ser delimitado por um musical. A australiana estrelou e encantou em Moulin Rouge – amor em vermelho (2001). Amiga de Nicole na vida real, Renée Zellweger foi outra que teve o grande momento de sua carreira vinculado a um musical; no caso Chicago, em que contracenava com Catherine Zeta Jones. Por falar em Chicago, é oportuno lembrar da peça (e do filme) que deu origem a fita que ganhou seis Oscars: Cabaret (1972) trazia Liza Minnelli em seu auge. Se a cantora – que fez uma nostálgica participação em Sex and the city 2 este ano – tornou-se referência, assim o foi por seu desempenho em Cabaret.

E o que dizer de Meryl Streep? Para muitos a melhor atriz de todos os tempos, Meryl despiu-se, mais uma vez, de vaidades e cantou Abba em Mamma Mia. Mas Meryl não foi a primeira atriz multipremiada a se experimentar na seara musical. Audrey Hepburn, a eterna bonequinha de luxo, soltou a voz em My fair lady (1964). No começo do ano, duas das atrizes mais festejadas da atualidade mostraram que são boas de gogó. A francesa Marion Cottilard e a espanhola Penélope Cruz arrebataram platéia e crítica com seus números musicais em Nine. O filme não emplacou, mas suas estrelas brilharam intensamente.

Como se vê, não é mera coincidência. Por trás de todo grande musical, há um bela atriz em seu grande momento.

Por Reinaldo Glioche, do Claquete Cultural